O conceito de esfera pública em Niklas Luhmann e o problema da assimetria representativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Palmieri, Emerson Rodrigues da Cunha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-29112024-190724/
Resumo: Este trabalho tem como primeiro objetivo explorar o conceito de esfera pública a partir da obra do sociólogo alemão Niklas Luhmann. Em seus escritos, podemos observar algumas considerações importantes sobre a esfera pública que, não obstante, não foram aprofundadas pelo autor para formar um conceito de grande magnitude. Propomos dar um maior desenvolvimento ao conceito, explorando o seu estado latente e relacionando-o a outros conceitos de maior envergadura do arcabouço teórico luhmanniano, a saber: contingência, diferenciação e observação. Tal desenvolvimento conceitual não se justifica em si mesmo. Como segundo objetivo da tese, vamos formular e desenvolver o seguinte argumento: a partir do momento em que a reflexão sobre a esfera pública a partir da teoria de Luhmann avança, emerge um fenômeno e um problema social específicos, que chamamos de \"assimetria representativa da sociedade moderna\". Ele consiste no seguinte: os sistemas funcionais, de acordo com Luhmann, são apresentados aos diversos observadores da sociedade por intermédio do sistema dos meios de comunicação de massa, e através de suas respectivas esferas públicas. Porém, os meios de massa dão preferência à representação de somente algumas dessas esferas (a saber, a política, a econômica e a esportiva), ignorando largamente as demais. O problema colocado por esse fenômeno se manifesta na medida em que essa representação assimétrica traz como conse- quência uma construção, por parte dos observadores sociais, de uma imagem da sociedade al- tamente simplificada e centralizada nesses três sistemas, uma imagem que se afirma em senti- do contrário ao policentrismo sistêmico e comunicativo que constitui a sociedade moderna. Tudo aquilo que pessoas e organizações, enquanto observadores, consideram enquanto ques- tões ou problemas sociais relevantes é tão somente uma preferência comunicativa pré-ordena- da pelos meios de massa