Carnaval: alegria dos imortais. Ritual, pessoa e cosmologia entre os Chiquitano no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Verone Cristina da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-31072015-161505/
Resumo: O objetivo desta tese é compreender, por meio de um exame etnográfico, o lugar que o ritual carnaval ocupa na vida sociocosmológica do povo indígena Chiquitano que vive na fronteira do Brasil com a Bolívia. Carnaval é o nome da festa e da entidade sobrenatural que desperta acionada pelo som dos instrumentos musicais, do local onde foi enterrado, a fim de pôr em relação seres humanos e não humanos por meio da Alegria. A festa é realizada na mesma data do carnaval ocidental, contudo há um calendário ritual próprio que marca o fim e o início do ciclo anual. Os mitos chiquitano narram que o dilúvio de Água teria ocorrido no terceiro dia do carnaval, por acreditarem que o mundo é periodicamente destruído, mas se forma novamente e, com ele, homens e mulheres se fabricam a partir da transformação do planeta. A festa reúne famílias da aldeia e parentes de localidades vizinhas para dançar, beber chicha, fazer o viva, comer junto e brincar. Através do carnaval, os Chiquitano explicam seus mitos, domesticam os seres patogênicos que provocam doenças nas famílias, transformam as relações entre os humanos para a produção política de uma nova ordem social chiquitano pautada nas regras de respeito e evitação.