Análise empírica do Dividend Yield das ações brasileiras.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Bueno, Artur Franco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-01032002-120517/
Resumo: Na Teoria de Finanças, o papel dos dividendos nas cotações é um tema controverso, uma vez que há basicamente três teorias que abordam sua relevância para o valor das ações e, em conseqüência, para a riqueza dos acionistas. A primeira delas propõe que os investidores dão preferência ao recebimento de dividendos em vez de maiores, mas incertos, ganhos de capital futuros. Em oposição, calcada nos diferenciais de impostos entre os dividendos e os ganhos de capital, a segunda corrente estabelece que, em razão das vantagens tributárias, os ganhos de capitais são preferíveis aos (indesejáveis) dividendos. Desde a proposição de irrelevância dos dividendos de Miller & Modigliani (1961) M&M, uma terceira teoria revela que o valor de uma ação é função de seu lucro e não de seus dividendos. Além disso, as descobertas empíricas que originaram a Teoria de Movimento Aleatório das cotações e seu conceito mais abrangente, a Hipótese de Mercado Eficiente de Capitais (HME) não apenas contradizem a Análise Técnica, mas também impõem um desafio à declarada habilidade superior da Análise Fundamentalista em gerar retornos superiores com base em fatores ou variáveis contábeis, financeiros e econômicos, tais como o dividend yield (retorno em dividendos). A fim de se verificar a relação entre dividend yields e as taxas de retornos das ações, bem como a viabilidade de uma estratégia baseada em dividend yields históricos de "bater" o mercado, durante o período que vai do Plano Real em julho de 1994 a dezembro de 1999, foram construídas, mensalmente, três diferentes carteiras (alto, baixo e zero). Seus riscos, retornos e indicadores de desempenho ajustados ao risco foram calculados e comparados entre si e com seu paradigma (benchmark), o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo – Ibovespa. Em geral, as diversificadas carteiras selecionadas pelos níveis de dividend yield não possuem diferenças significativas nos retornos médios, mesmo quando comparadas com o Ibovespa. O pequeno tamanho das amostras e as elevadas volatilidades (variâncias), entretanto, podem ter contribuído para a aceitação das hipóteses nulas (os retornos médios são iguais). A evidência empírica é incapaz de sugerir que as ações de altos dividend yield tendem a possuir maiores ou menores taxas de retorno que as ações de baixo ou zero yield. Ademais, as evidências sugerem que não é possível demonstrar, usando o método empírico aplicado, uma clara associação entre dividend yield e taxas de retorno das ações. Assim, como nenhuma das carteiras permite mostrar consistentes desempenhos superiores nem inferiores, qualquer investidor que tente "bater" o mercado por meio dessa estratégia deve levar esse fator em conta. Como se trata de uma investigação delimitada, os resultados não podem ser generalizados. Além disso, evidências empíricas adicionais do poder do dividend yield fazem-se necessárias.