Imagens de língua na prosa literária brasileira: as narrativas do século XXI

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Prado, Rafael Barreto do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-31072017-122908/
Resumo: Nesta pesquisa tivemos como objetivo depreender imagens de língua em textos literários da prosa brasileira produzidos no século XXI. O corpus é composto por livros publicados no período de 2001 a 2013 no Brasil. Selecionamos 10 obras, sendo 5 autores; três homens e duas mulheres. Buscamos caminhar no sentido das prerrogativas da análise do discurso e combinar campos em diálogo, tendo como essencial a materialidade do texto. O trabalho realizado, portanto, não pretende se localizar a priori num campo isolado ou determinado da crítica literária ou da análise linguística. Para tanto, tomamos a prosa literária, a princípio, como estrutura textual, estabelecendo dessa forma nosso ponto de partida para efetivar o trabalho com o texto/palavra: realizar leituras investigativas calcadas em mecanismos predominantemente propostos pela Análise do Discurso desenvolvida por Michel Pêcheux e propostos pela vertente estruturalista de Roland Barthes. A partir da análise, respondemos ao questionamento central: quais imagens de língua podem ser depreendidas das narrativas e como tal imagem sustenta uma leitura interpretativa da própria narrativa? Essas duas perguntas nos levaram a observar i. Como a língua (escrita/fala) é retratada de forma explícita e implícita; ii. Quais aspectos linguísticos poderiam ser recorrentes nos textos (variedade línguística, diálogos, erros, sintaxe, metáforas etc); iii. Qual o papel da língua para o funcionamento das ações no enredo de cada livro. Outra ação importante para a investigação aderir à leitura da literatura como produto histórico e social, sendo assim carregada de índices das atuais condições de organização social brasileira. Realizamos a análise pautando-nos em uma construção de um roteiro de análise, desenvolvido a partir das discussões teóricas anteriores e que foi sendo melhor elaborado no percurso desse trabalho. Ao final da pesquisa pudemos considerar a elaboração de cinco hipóteses de imagens de língua, levantadas tendo em vista elementos e funções em circulação no nosso tempo e cultura; assim, temos as imagens: de língua como falha, de língua como marca da história do sujeito, de língua como possibilidades de variadas respostas (versões); da língua como instauradora de realidade e, por fim, de língua espelhada (mundo interno e externo; eu e outro). Com nossa pesquisa, pretendemos contribuir no sentido de compreender que ao dizer da Literatura, dizemos da Língua. Assim, à medida que participamos do debate a respeito do que vem se constituindo como literatura brasileira contemporânea, participamos também do debate para descrever a língua contribuindo para uma visão de caráter emancipatório, ao desvendar alguns mecanismos ideológicos de punição ou impedimento de usos lingüísticos.