Mudanças climáticas globais, eventos hidroclimáticos extremos e gestão adaptativa local: pesquisa-ação na cidade de Novo Airão/AM

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Lyvia Amado de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/106/106132/tde-03012024-171130/
Resumo: As mudanças climáticas globais podem gerar efeitos em diferentes escalas e compreendem um dos maiores desafios deste século, sendo um dos limites planetários centrais. Entre suas consequências estão o aumento da frequência e intensidade dos eventos extremos, que são dotados de incerteza e geram efeitos nas escalas regional e local. Na Amazônia, nas últimas duas décadas, têm ocorrido frequentes eventos extremos, sobretudo, referentes às alterações na hidrologia regional. Considerados como eventos hidroclimáticos extremos, estes eventos geram efeitos adversos às dinâmicas socioecológicas de cidades amazônicas, como de Novo Airão no Amazonas, onde as vulnerabilidades são pontos centrais de atenção para a construção de respostas adaptativas coerentes e justas. Os eventos extremos incidem sobre sistemas socioecológicos caracterizados por complexidade, incertezas e imprevisibilidade, que tornam difícil a produção de informação sobre a predição do seu funcionamento e comportamentos futuros. Dessa forma, existe a necessidade de acompanhar as respostas locais aos eventos extremos e eventualmente adaptá-las ou construir novas respostas genéricas e específicas em conjunto com as partes interessadas. Para isso, a gestão adaptativa se apresenta como uma abordagem de gestão oportuna para o gerenciamento dos sistemas socioecológicos no enfrentamento de eventos extremos, pois incorpora ao seu processo contínuas adaptações e ajustes para lidar com contextos de mudança e incertezas. Esta abordagem é marcada pela construção de capacidade adaptativa, elaboração de novos conhecimentos e entendimentos compartilhados a partir da aprendizagem experiencial e pelos mecanismos de governança. Desse modo, esta pesquisa teve o objetivo de investigar como o processo de aprendizagem experiencial com atores institucionais do sistema urbano de Novo Airão pode ser estabelecido a fim de subsidiar a emergência de ações de gestão adaptativa local frente aos eventos hidroclimáticos extremos por meio do método da pesquisa-ação. A partir do diálogo, da identificação dos efeitos adversos dos eventos extremos e da co-criação de diretrizes para a gestão adaptativa com os atores institucionais participantes. Com este propósito, utilizou-se técnicas convencionais da pesquisa qualitativa como entrevistas semiestruturadas, bem como técnicas interativas como oficinas participativas com diferentes recursos dialógicos e que permitiram processos de reflexão e criatividade para a construção de estratégias. Entre os principais resultados está um mapeamento participativo das áreas de risco da cidade, que mostra moradores de áreas de igarapés em situação de vulnerabilidade. A compreensão de que esses eventos extremos afetam habitações, a água para consumo, o turismo local, a pesca, a logística e não implicando somente na cidade, mas na relação urbano-ribeirinha. As diretrizes adaptativas elaboradas pelos atores institucionais participantes orientam à construção de redes sociais para o endereçamento de ações, a busca por mais pesquisas e estudos de assuntos locais, assim como a captação de recursos para execução de projetos.