A invenção de Florianópolis como cidade turística: discursos, paisagens e relações de poder

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lenzi, Maria Helena
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-23032016-150608/
Resumo: Tendo por objetivo investigar o processo de invenção de Florianópolis como cidade turística, analiso as relações de poder e a construção discursiva em torno do turismo na cidade, desde a década de 1970. Para as análises, dentre outros/as autores/as, estabeleço um diálogo entre as concepções teóricas e conceitos de Michel Foucault e de James Duncan. Nessa perspectiva, exploro as condições históricas de emergência e transformação das práticas, instituições e estratégias discursivas e analiso narrativas midiáticas, como jornais, revistas e publicidade, além da legislação urbana e turística. Esse conjunto de produções discursivas tramadas às relações de poder compõe a paisagem de Florianópolis e participa da invenção da cidade turística. A paisagem, nesta tese, é compreendida como um discurso, portanto mediada pelas relações de poder. Desse modo, quando vira produto turístico, a paisagem passa a ser analisada considerando escolhas, arranjos políticos e tensões entre os diferentes grupos sociais que disputam o poder pelo uso e significação do espaço. Nesta pesquisa, identifico discursos hegemônicos e contestatórios que moldaram a produção de determinadas paisagens da cidade: o empreendimento-balneário de Jurerê Internacional, como uma expressão do discurso hegemônico, e o balneário do Campeche, como expressão de contestação e resistência. Compreendo que o direcionamento simbólico-material da produção de discursos se deu a partir dos interesses de determinados/as atores/as, modelos e concepções de cidade e por meio de estratégias de legitimação de uma verdade por eles/as próprios/as enunciada, visando o controle do espaço urbano.