Não pense, veja: uma crítica de inspiração wittgensteiniana ao abstracionismo pedagógico contemporâneo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Loiola, Eder Marques
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-23062023-113653/
Resumo: Neste trabalho procuramos, inspirados pelo estilo do segundo Wittgenstein, pôr em questão descrições e avaliações de práticas escolares frequentes em trabalhos da filosofia da educação influenciados pela obra de Foucault e Deleuze. Nosso interesse concentrou-se na crítica de uma pequena amostra de alusões à escola marcadas por um estilo de pesquisa caracterizado, com base na obra de Azanha, como exemplares do abstracionismo pedagógico em sua versão contemporânea. No primeiro capítulo, procuramos apresentar tal estilo de pesquisa, destacando que os usos dos conceitos filosóficos mobilizados na descrição de práticas escolares eventualmente contrariam ressalvas e recomendações dos próprios autores de referência dos pesquisadores. No segundo capítulo, argumentamos que as menções à escola presentes em trabalhos abstracionistas pretendem oferecer uma descrição das práticas escolares quando, no mais das vezes, simplesmente decalcam na realidade escolar um quadro normativo de conceitos extraído de um pensador ou filósofo, produzindo geralmente imagens superficiais do que ocorre nos pátios e salas de aula. Ainda nesse capítulo, apresentamos noções centrais da obra tardia de Wittgenstein pertinentes à justificativa das críticas expostas. No terceiro capítulo, sugerimos comparações entre as reflexões de Alain sobre o cotidiano escolar e as observações de Wittgenstein ao Ramo dOuro de Frazer para mostrar que as práticas escolares, em suas circunstâncias e espírito próprios, podem oferecer critérios relevantes de sentido capazes de moderar a inclinação abstracionista de etiquetar eventos e atividades exclusivamente nos termos do arranjo conceitual tomado como modelo da descrição. À guisa de conclusão, discutimos brevemente a relevância ética do estilo filosófico do segundo Wittgenstein, marcado pelo combate ao dogmatismo e seus eventuais efeitos na cegueira para a variedade de aspectos que gestos e ações podem assumir nas formas de vida que têm lugar na escola.