Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Christiana de Freitas Vinhas |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde-03052023-163001/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: O timo humano é um órgão complexo e dinâmico, que sofre alterações por estímulos exógenos negativos e involui com a idade. É o sítio de maturação e seleção dos linfócitos T, determinando função crítica no desenvolvimento do sistema imune dependente de linfócitos T. Benda e Strassmann (1965) foram os primeiros a descrever anormalidades no timo de pacientes com síndrome de Down (DS). Essa população apresenta aumento na frequência de neoplasias hematológicas, doenças autoimunes órgão-específicas e quadros infecciosos. Em função das peculiaridades genéticas e hormonais que ocorrem no período da minipuberdade (correspondentes aos 6 primeiros meses de vida) nosso grupo, utilizando técnicas sofisticadas de redes integradas de expressão gênica, confirmaram a participação do timo nesse processo do dimorfismo sexual nessa faixa de idade. A disponibilidade desse valioso material e um grupo de pesquisadores dedicados ao estudo do timo em nossa instituição, nos estimulou a uma revisão mais global das subpopulações tímicas, estabelecendo-se um possível substrato para futuras análises moleculares, e interpretação das peculiaridades do sistema imune nos portadores de síndrome de Down. OBJETIVO: Este trabalho teve como objetivo principal a caracterização morfológica e imunofenotípica das diversas regiões do timo e suas subpopulações identificadas através da técnica imunoistoquímica, comparando espécimes de pacientes portadores de Síndrome de Down e não portadores de cromossomopatias (NDS). CASUÍSTICA E MÉTODOS: Para isso, foram obtidos produtos de timectomia total, durante cirurgias cardíacas realizadas em recém-nascidos e crianças até 5 anos de idade, para correção de diferentes malformações congênitas. As análises foram complementadas com a estratificação por sexo e por faixas etárias, correspondentes a minipuberdade (<7m, MP) e pós-minipuberdade (7m, MP). Os critérios morfométricos avaliados foram: espessura média do córtex; diâmetro médio da região medular; área total do lóbulo; área das regiões medulares; e proporção entre a área medular / área total do lóbulo. Para a avaliação imunofenotípica das subpopulações de células tímicas em regiões de córtex e medula, foram utilizados14 anticorpos (células B: CD20, CD23, PAX-5; células T: CD2, CD5, CD4, CD8, CD56, FoxP3, CD1a; estroma: AE1/AE3, S100, CD68, CD163), sendo as amostras dispostas em uma micromatriz tecidual (TMA). Nessas amostras, no TMA foi realizada avaliação quantitativa das subpopulações tímicas em córtex e medula, através da análise computadorizada de imagens digitalizadas. Para a comparação entre os grupos foi utilizada a técnica de Mann-Whitney sendo os resultados expressos em gráficos de ponto. RESULTADOS / DISCUSSÃO: Os portadores de DS apresentam áreas medulares maiores e espessura do córtex menor do que as mesmas regiões do timo dos não portadores desta síndrome, a despeito das áreas totais dos lóbulos não terem diferença estatística. Esses achados se tornam particularmente evidentes na fase inicial da MP e no sexo feminino. Em relação às linhagens celulares, o grupo DS apresenta distribuição topográfica semelhante nas regiões do córtex e medula, quando comparados aos grupos NDS: células B, células TREG, células NK e células interdigitantes predominam na medula, enquanto linfócitos imaturos CD1a+, macrófagos CD163+, células T citotóxicas e células epiteliais, apresentam maior contingente em córtex. Em relação aos resultados mais expressivos das análises quantitativas: o grupo DS apresenta redução de linfócitos T-CD5+ no córtex em ambos os sexos, e de macrófagos CD163+ em medula precocemente na fase MP e no sexo M; o grupo DS apresenta aumento de linfócitos NK em córtex e medula, mais evidente no período PMP, em ambos os sexos, aumento de células TREG em medula, que se intensifica no PMP, aumento dos macrófagos CD68+ em córtex e medula em ambos os sexos, mais expressivo no período tardio da PMP, e aumento de células interdigitantes em córtex e medula, que se mantêm apenas no sexo feminino. As células epiteliais (cTECs) apresentam aumento menos expressivo em córtex tardiamente (PMP), apenas no sexo feminino. CONCLUSÕES: Os dados, em conjunto, podem fornecer substrato para a maior compreensão do sistema imune na DS e reforça a proposição de que esta população apresenta uma imunodeficiência primária, já a partir das primeiras fases do desenvolvimento tímico durante a fase da MP. Nossos achados confirmam também a participação do timo no processo de dimorfismo sexual |