Desenvolvimento de partículas contendo óleos essenciais de eucalipto para o controle de Rhizopus stolonifer em morango (Fragaria sp.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Biazotto, Anaíle dos Mares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11141/tde-17122019-163824/
Resumo: O morango é uma fruta de grande importância comercial, sensorialmente apreciada e que fornece diversos nutrientes. Entretanto, sua vida útil é limitada devido a sua perecibilidade e susceptibilidade a doenças fúngicas, sendo o prolongamento de sua vida pós-colheita um desafio. Frente ao uso irregular de fungicidas não registrados na pós-colheita de morangos, óleos essenciais (OEs) de eucalipto têm conhecido poder antifúngico, podendo ser utilizados como alternativa para o controle de fungos na pós-colheita de morango. Entretanto, se aplicados diretamente na fruta, podem causar danos no fruto, assim a utilização da microencapsulação surge como uma alternativa para aumentar a estabilidade e controlar a liberação dos óleos essenciais. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo desenvolver um produto microencapsulado com base em óleo essencial, que apresente capacidade de controlar o fungo Rhizopus stolonifer na vida pós-colheita de morango. Para isso, foram utilizados óleos essenciais de folhas de Eucalyptus staigeriana, Eucalyptus citriodora e Eucalyptus globulus e foi avaliada a microencapsulação como técnica de incorporação do óleo essencial. Inicialmente, verificou-se em teste in vitro, a capacidade antifúngica dos óleos essenciais livres de E. staigeriana, E. citriodora e E. globulus sobre o fungo R. stolonifer isolado de morangos. A seguir, foi avaliada a eficiência antifúngica das partículas contendo OEs em testes in vitro e in vivo, onde se selecionou a partícula que apresentou a melhor capacidade antifúngica. Então, os morangos submetidos ao tratamento com OEs microencapsulados foram avaliados quando as características físico-químicas (perda de massa, cor, ratio, pH, firmeza, degradação por fungos, compostos fenólicos e antocianinas) e sensoriais, durante o período de armazenamento de 18 dias em temperatura de refrigeração (5 ± 1°C). Como resultados, a composição química dos óleos essenciais de E. staigeriana, E. citriodora e E. globulus apresentaram limonene, citronellal e o 1,8-cineole como compostos majoritários, respectivamente. Foi possível afirmar que a combinação de goma arábica e óleos essenciais mostrou-se uma boa alternativa para a proteção dos OEs. Os OEs de E. staigeriana e E. citriodora e suas partículas apresentaram a maior capacidade de inibição de crescimento fúngico, uma vez que os OEs exibiram as menores CIM, para o ensaio in vitro. Durante o experimento de eficiência in vivo, os tratamentos OE livre e partícula de E. citriodora apresentaram a melhor ação antifúngica quando comparados com o OE. de E. staigeriana. No experimento pós-colheita, os morangos tratados com a partícula de E. citriodora apresentaram redução da degradação fúngica durante o armazenamento refrigerado, indicando conservação da sua qualidade. Já para os parâmetros físico-químicos (cor, firmeza, pH, ratio, antocianinas e compostos fenólicos), não houve alteração quando comparados aos demais tratamentos. No entanto, a avaliação sensorial evidenciou alteração da cor, aroma e aparência dos morangos tratados com OE livre e encapsulados. Dessa forma, o uso de OEs microencapsulados é uma alternativa potencial aos fungicidas sintéticos para o controle pós-colheita da podridão mole em morangos.