Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Leodoro, Marcos Pires |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-26042007-163902/
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Resumo: |
Neste trabalho é diagnosticada uma cisão entre conhecimento e pensamento na educação científica constituída pela ênfase na comunicação dos saberes instituídos sem a sua devida articulação com a atividade do pensar, possibilidade de apreensão e elaboração dos significados da ciência. Nesse contexto, a aquisição escolar do conhecimento científico tem operado como modo de obstrução ao ato de pensar. A ascensão dos critérios de eficiência e desempenho (performance), potencializados pela abordagem \"tecnocientífica\" da natureza e da cultura e pautados na manipulação dos conhecimentos segundo a estratificação e especialização do pensamento, subverte o ato da reflexão (pensamento em latim é pensare: \"pesar\", \"refletir\") no mundo contemporâneo. É pressuposto deste trabalho que a educação científica, concebida em consonância com a reflexão epistemológica, o desenvolvimento histórico, social e cultural da ciência e segundo os ideais de uma educação dialógica e humanista, esteja orientada para a consolidação de uma cultura científica baseada na vivência dos diversos modos de organização e ação do pensamento na construção dos conhecimentos científicos. Em virtude disso, questiona-se a concepção estritamente formalista do currículo de ciências. Ao longo do século XX, as conseqüências epistemológicas da reflexão sobre os limites e as possibilidades da formalização do conhecimento científico, bem como da crise da representação científica da realidade produzida, sobretudo, pela microfísica, valorizaram a pluralidade e a intersubjetividade dos atos de conhecimento como dimensões constitutivas das significações individuais e coletivas do saber, ressaltando o caráter fiduciário da verdade científica. Neste trabalho se considera que a reformulação da tradição moderna de um conhecimento transcendental ao sujeito e subsidiário da objetividade científica tem conseqüências importantes para a educação científica. Nesse sentido, é proposto o resgate da didática enquanto projeto utópico de uma sociedade constituída por sujeitos e coletividades que preservam e valorizam as conquistas intelectuais da humanidade, ao mesmo tempo que elaboram, optam e refletem sobre a cultura e a ciência vindouras. Como vivência de um ato educativo dialógico, relata-se um episódio de intersubjetivade epistêmica do pesquisador-educador com os educandos-licenciandos, enfatizando a análise da reflexão docente sobre a construção de uma articulação possível entre atos de conhecimento e pensamento e segundo o pressuposto da formação de professores de ciências como espaço privilegiado para crítica e renovação da escola tradicional. |