Efeitos do uso e cobertura do solo sobre o conforto higrotérmico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Silva, Isadora Mendes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-30102012-171253/
Resumo: Tendo em vista a importância de se obter um desenho urbano baseado no microclima e a possibilidade da utilização da vegetação arbórea como um elemento determinante na mitigação do desconforto urbano, este trabalho avaliou o efeito provocado por três diferentes arranjos espaciais de floresta urbana e do uso e ocupação do solo sobre a temperatura e umidade do entorno. A pesquisa foi realizada na cidade de Rio Claro/SP. As configurações escolhidas para análise foram uma avenida totalmente arborizada (S), uma praça (P) e um trecho de uma floresta periurbana (H) em áreas predominantemente residenciais com baixo gabarito de edificações. O trabalho de campo foi realizado em três dias consecutivos no período de seca e no período chuvoso. Os dados de temperatura e umidade foram obtidos por meio de registradores distribuídos ao longo de 200m nas ruas que se ramificavam para Norte, Sul, Leste e Oeste a partir do aglomerado arbóreo. As variáveis de velocidade e direção do vento foram registradas pela estação meteorológica do CEAPLA. Imagens termais do entorno das áreas foram obtidas com uma câmera termográfica. Foram aplicados questionários com os frequentadores das áreas verdes. Caracterizou-se o tecido urbano por meio de classificação supervisionada feita a partir de imagem multiespectral de alta resolução do satélite World-view 2. Polígonos circulares de 20m de raio foram gerados ao redor dos pontos onde os registradores permaneceram possibilitando correlacionar a porcentagem de cobertura com a temperatura e umidade do ponto. Mapas foram gerados no programa ARCMAP possibilitando visualizar a distribuição espacial da temperatura, amplitude e umidade relativa do ar nos locais. Nos locais do estudo nos horários mais quentes a temperatura e umidade do entorno variaram de 2 °C a 4 °C e 3 UR% a 15 UR%. Normalmente em ambientes semelhantes a variabilidade espacial da temperatura e umidade do ar não é alta e os fatores que mais influênciam essa mudança são a radiação solar e o vento local. Os valores mínimos de temperatura e máximos de umidade localizaram-se mais próximos à faixa florestada. As análises estatísticas mostram que ao considerar a variável distância a partir da área arborizada na análise geral, esta é considerada determinante na influência do aglomerado arbóreo no entorno, entretanto ao especificar a análise para cada local esta deixa de ser significativa nos locais H e P com significância somente no local S entre as distâncias 40 e 80m. Algumas coberturas, principalmente asfalto e copa de árvore, possuem correlação na variação da umidade e da temperatura dos pontos. A análise dos questionários mostra uma relação do conforto relatado com o fator de exposição ao sol. A observação qualitativa das imagens termais indica que os materiais de menor albedo como o asfalto superaquecem devido à radiação solar incidente, podendo chegar, nas horas mais quentes a 70°C, contribuindo para o desconforto. A forma mais barata e eficaz para solucionar este problema é promover o sombreamento das superfícies por meio da vegetação arbórea implantando corredores verdes na malha urbana com espécies de boa densidade foliar e copa ampla.