Impacto dos aspectos respiratórios e vocais na qualidade de vida do idoso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Siqueira, Larissa Thaís Donalonso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Voz
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25143/tde-05062013-153747/
Resumo: A busca pela qualidade de vida originou a necessidade de se compreender melhor os aspectos envolvidos no processo de envelhecimento, visando minimizar suas consequências. Embora existam muitos estudos sobre a voz do idoso, a compreensão sobre quais aspectos interferem na qualidade de vida em voz desta população, ainda não é muito explorada. O objetivo do estudo é averiguar o impacto dos aspectos respiratórios e dos aspectos vocais na qualidade de vida em voz de idosos. Participaram 56 idosos acima de 60 anos de idade, sendo 39 mulheres e 17 homens. Foram realizados os procedimentos de avaliação vocal utilizando a Escala Analógica Visual para a análise perceptivo-auditiva da vogal sustentada /a/ e da conversa espontânea e, o programa computadorizado Mult Dimension Voice Program (MDVP), KayPentax, para a análise acústica, dos parâmetros frequência Fundamental (F0), desvio padrão da frequência fundamental (dp F0), shimmer, cociente de perturbação de amplitude (APQ,) jitter, cociente de perturbação de frequência (PPQ) e proporção ruído-harmônico (NHR). Também foi realizada a anamnese quanto aos sintomas e hábitos vocais, avaliação laríngea por meio de exame de nasolaringoscopia para caracterização da amostra; a avaliação da respiração, incluindo medidas de capacidade vital (CV), volume fonatório (VF), fluxo médio fonatório (FMF) e cociente fônico simples (CFS), por meio do espirômetro Pony Fx; a avaliação do tempo máximo de fonação (TMF) durante a emissão de /a/, /s/, /z/ e contagem de números, além da aplicação do Questionário de Qualidade de Vida em Voz (QVV). Foram utilizados o teste t e Mann-Whitney para a comparação dos parâmetros estudados, entre mulheres e homens idosos, e Spearman para correlação entre os dados. Adotou-se nível de significância de 5% para todos os testes.Os idosos do presente estudo apresentaram maior porcentagem de ocorrência de ato de pigarrear, falar alto e ter problemas digestivos e características laríngeas de arqueamento vocal de prega vocal, fenda glótica fusiforme e constrições supraglóticas, sendo mais evidentes no sexo masculino. Os idosos em geral, consideraram suas vozes como sendo boas, além de apresentarem elevado grau de qualidade de vida em voz, com pontuações próximas a 100% para todos os domínios. Quanto à qualidade vocal, os idosos apresentaram características de rugosidade, soprosidade e instabilidade, com diferença estatisticamente significante para o parâmetro rugosidade, sendo maior para os homens. Esta avaliação obteve uma confiabilidade, em sua maioria, excelente, tanto para o julgamento intra como interjuízes. Foi observada correlação positiva do parâmetro rugosidade com o Protocolo QVV no sexo feminino. Quanto às medidas acústicas, também foram observadas diferenças estatisticamente significantes para os parâmetros F0, shimmer e APQ, sendo estes dois últimos maiores para os homens. Foi verificado que estes três parâmetros quando aumentados, interferem negativamente na qualidade de vida em voz das mulheres idosas. As medidas espirométricas evidenciaram diferença significante entre os sexos, tendo valores elevados para os homens. Não foi verificada correlação destas medidas com o Protocolo QVV. Os TMF, assim como a espirometria, evidenciaram diferenças quanto ao sexo, com maiores valores de /a/ e /s/ para os homens. Foi observada correlação do TMF de /a/ e /s/ e da relação s/z com o Protocolo QVV apenas para o sexo masculino. Desta forma, concluiu-se que os aspectos vocais têm impacto negativo na qualidade de vida em voz das mulheres idosas e os aspectos respiratórios são os que mais interferem na qualidade de vida em voz dos homens.