O cotidiano do trabalho pedagógico coletivo: impasses políticos em uma escola pública municipal de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Martinez, Carolina Terruggi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-03122021-165020/
Resumo: O presente trabalho foi construído a partir de relações estabelecidas com trabalhadores e estudantes de uma escola pública municipal na periferia de São Paulo que se encontrava em processo de transformação do Projeto Político Pedagógico durante a realização da pesquisa. Foram acompanhados espaços de atividades coletivas da escola ao longo de um ano e meio, tendo maior frequência a participação da pesquisadora nos espaços de discussão, formação e decisão de professores e equipe gestora. Ao acompanhar este processo, o objetivo foi conhecer e analisar os modos como a equipe pedagógica construía o trabalho cotidiano e tomava decisões em coletivo, ao definirem como direção do trabalho ampliar as vozes que participavam e construir uma prática transformadora que não estivesse subordinada aos mandos neoliberais, capitalistas e colonialistas. Neste acompanhamento, enfatizou-se as formalizações que se constituíram em mudanças de práticas, tensões e situações-limites a partir dos desafios cotidianos dessa direção de trabalho. Com isso, foi possível discutir uma concepção de gestão do trabalho pedagógico no cotidiano distanciada dos pacotes protocolares que possibilita viver dúvidas e contradições nas quais o Estado emerge em suas ações em um duplo movimento de proteção e destruição; a relação com a comunidade se constrói entre conflitos e parcerias; os estudantes ora são alvo das ações, ora coparticipantes das construções; e o grupo de educadores se envolve nos enfrentamentos requeridos para construir comuns. As situações-limites vividas pela equipe de funcionários da escola, nessas relações, trouxeram à tona as fronteiras rígidas que cercam o universo escolar e que exigem corpo, tempo e condições para serem alargadas. Ao fazerem as certezas apriorísticas terem que ser lapidadas e repensadas, mostraram que a disputa não tem fim quando se busca construir coletivamente uma escola mais democrática e emancipadora, uma vez que a criação dessa direção política-pedagógica no trabalho exigiu abertura para novas lutas a cada solo comum conquistado