Uso de probiótico multiespécies como recurso adjuvante no tratamento da mucosite peri-implantar: estudo clínico controlado e aleatorizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santana, Sandro Isaías
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58138/tde-06102022-120220/
Resumo: O propósito deste estudo foi avaliar o efeito adjuvante da terapia probiótica no tratamento de indivíduos com mucosite peri-implantar. Em um estudo clínico aleatorizado, duplo-cego e placebo-controle, 36 indivíduos com mucosite peri-implantar foram tratados com o uso de probiótico multiespécies associado ao debridamento mecânico (Grupo Teste) ou apenas debridamento mecânico (Grupo Controle). No Grupo Teste, a sessão de tratamento foi concluída com uma aplicação tópica profissional de gel de carboximeticelulose contendo 109 unidades formadoras de colônias (UFCs) de Bifidobacterium animalis subsp. lactis HN019TM, Lactobacillus rhamnosus HN001TM e Lactobacillus paracasei Lpc-37®. Os indivíduos receberam, então, cápsulas contendo 109 UFCs dos 3 microrganismos probióticos e foram instruídos a dissolverem o conteúdo das cápsulas em 20 mL de água para realizarem bochechos de 30 a 60 segundos, seguidos por deglutição, duas vezes ao dia, durante 12 semanas. O grupo Controle recebeu os mesmos procedimentos de debridamento mecânico e foi tratado com gel e pastilhas placebo. Parâmetros clínicos periodontais (Índice de placa modificado - IPM; Índice de Sangramento Sulcular Modificado - ISSm; Profundidade de Sondagem - PS e Sangramento à Sondagem - SS) foram avaliados no baseline (período pré-intervenção) e em 12 e 24 semanas após o debridamento mecânico inicial. Os dados obtidos foram estatisticamente analisados (p < 0,05). Não houve diferença, ao longo do tempo, para o percentual de IPM no grupo Teste. No grupo Controle, houve aumento significativo no percentual de IPM - escore 0, tanto nas comparações entre o baseline e 12 semanas como entre o baseline e 24 semanas (p < 0,05). Não foram observadas diferenças significativas nas comparações entre os grupos para os valores de IPM. No grupo Teste, o percentual de ISSm - escore 0 aumentou significativamente nas comparações entre o baseline e 12 semanas e entre o baseline e 24 semanas (p < 0,05). O percentual de ISSm - escore 1 diminuiu de forma significativa nas comparações entre o baseline e 24 semanas no grupo Teste. Nenhuma outra mudança significativa ao longo do tempo (comparações intragrupos) foi observada nos grupos Teste e Controle. Nas comparações entre os grupos, observa-se que a há maior percentual de ISSm - escore 0 no grupo Teste do que no grupo Controle em 24 semanas (p < 0,05). Ainda, há maior percentual de ISSm - escore 1 (24 semanas) e ISSm - escore 2 (12 semanas) no grupo Controle do que no grupo Teste (p < 0,05). Nos grupos Teste Controle, comparando os valores obtidos no baseline com aqueles de 24 semanas, a PS diminuiu significativamente, sendo que no grupo Controle esta diferença também foi observada nas comparações entre os valores de 12 semanas e àqueles do baseline (p < 0,05). Não foram observadas diferenças significativas nas comparações entre os grupos para os valores de PS em qualquer tempo experimental. Os valores de SS apresentaram diminuição significativa nas avaliações intragrupos, em ambos os tempos avaliados quando comparados ao baseline, tanto no grupo Teste como no grupo Controle (p < 0,05). Em 12 e 24 semanas, os valores de SS foram menores no grupo Teste quando comparado ao grupo Controle (p < 0,05). Em 24 semanas, 13 de 18 indivíduos do grupo Teste e apenas 6 de 18 indivíduos do grupo Controle apresentaram menos de 10% de SS (p < 0,05). Pode-se concluir que a utilização da terapia probiótica como recurso adjuvante ao debridamento mecânico promove benefícios clínicos adicionais no tratamento de indivíduos com mucosite peri-implantar.