Uso de antimicrobianos em suinocultura no Brasil: análise crítica e impacto sobre marcadores epidemiológicos de resistência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Dutra, Mauricio Cabral
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-31012018-121740/
Resumo: O uso indiscriminado de antimicrobianos na suinocultura nacional e mundial tem sido uma prática comum, visando minimizar possíveis falhas no manejo e no ambiente em que vivem os animais, no entanto, este uso é descrito como potencial fator de risco na seleção de estirpes resistentes à antimicrobianos, entre elas as estirpes de Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA). O presente estudo revelou o uso médio de 358,0 mg diferentes antimicrobianos/ kg de suíno produzido nos 25 sistemas de produção pesquisados, sendo este valor considerado elevado, quando comparado a tendência global de 172,0 mg, bem como período médio de exposição de 66,3% da vida dos animais e exposição à 7 diferentes princípios ativos em média, variando de 2 a 11. A pesquisa de animais carreadores de estirpes MRSA revelou 80,0% dos sistemas de produção positivos, sendo 68,0% positivos para LA-MRSA-ST398, e 60,0% positivos para a presença do gene czrC, codificador de resistência ao óxido de zinco e cádmio. Não foi evidenciada correlação significativa entre o uso de antimicrobianos, nível de biossegurança, produtividade, status dos rebanhos para Mycoplasma hyopneumoniae, tipo de criação em sítio único (ciclo completo) ou dois sítios e positividade para MRSA. Apesar da ausência das correlações significativas ficou evidente no presente estudo a possibilidade de grandes melhorias nos programas de biossegurança, manejo, assim como nos programas de utilização de antimicrobianos. A alta frequência de sistemas de produção positivos para as estirpes MRSA são um importante alerta para o risco de disseminação deste agente para os seres humanos.