Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Goulart, Thiago Oscar |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17140/tde-10112023-163501/
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Resumo: |
Introdução: As doenças cerebrovasculares (DCV) representam uma preocupação de Saúde Global, sendo a primeira causa de incapacidade no mundo e a segunda causa de mortalidade (a primeira no Brasil). Apesar disso, são escassos os dados sobre o impacto da pandemia de COVID-19 na epidemiologia das doenças cerebrovasculares no Brasil. Objetivos: O estudo visa analisar a incidência, mortalidade, tratamento, procedimentos e custos relacionados a doenças cerebrovasculares (Hemorragia Subaracnóidea [HSA], Hemorragia Intracerebral [HIC] e AVC Isquêmico [AVCi]) logo antes, durante e depois da pandemia de COVID-19. Métodos: Neste levantamento epidemiológico, os dados foram obtidos do DataSUS, um banco de dados público. Para a busca, utilizou-se o sistema de notificação da CID-10 de I60 a I64, incluindo internações, óbitos, tratamentos e custos relacionados a cada CID-10. Foram analisadas a incidência, mortalidade, tratamento, procedimentos e custos relacionados às três doenças cerebrovasculares (HSA, HIC e AVCi) no período entre 2017 e 2022. Resultados: Entre 2017 e 2022, foram notificados 1.283.435 casos de DCV (HSA=4,7%; HIC=8,8%; e AVCi=86,5%). 52,4% eram do sexo masculino e 47,6% do sexo feminino. As porcentagens de mortalidade foram: HSA=20,2%, HIC=25,3%, AVCi=15,3%. A partir de 2020, notou-se um aumento significativo de HIC: I61=27,64%. A média de dias de internação para cada CID foi: I60=10,0; I61=9,7; I62= 9,9; I63=8,5; I64=7,3, com queda de cerca de 10% da duração para todos CIDs em 2020 e/ou 2021. 18,4% dos aneurismas rotos foram tratados: embolizações=73,37%; clipagem neurocirúrgica=26,63% dos casos de HSA. Ambos os procedimentos tiveram redução com a pandemia, comparando 2019 com 2020: embolizações=-9,4%; clipagem=-15,2%; assim como angioplastia=-17,22%. Houve redução do percentual de HIC com abordagem cirúrgica: 2017=11,45%; 2022=8,76% As taxas de trombólise foram baixas, mas com tendência crescente: foram realizadas 22.969, subindo de 1,6% em 2017 para 2,3% em 2022 de todos os AVCi. Os custos anuais relacionados a essas doenças aumentaram vertiginosamente (+49,01%), passando de R$360.710.749,92 em 2017 para R$537.511.793,62 em 2022. Os custos por cada internação foram: I60=R$6.504,82; I61=R$3.378,85; I62=R$4.013,44; I63=R$1.965,58; I64=R$1.494,04. Conclusões: Este estudo demonstra resultados dramáticos relacionados às DCV\'s no sistema de saúde pública do Brasil, com aumento da incidência e de custos associados a baixas taxas de trombólise e procedimentos. Além disso, a Pandemia COVID-19 influenciou na duração da internação, com indícios de altas antecipadas, e com redução de angioplastia, embolização e clipagem de aneurismas. Os custos com internação de HSA foram três vezes maiores do que com AVCi e duas vezes maiores do que com HIC. Os resultados podem direcionar as políticas de Saúde Pública no Brasil. Pesquisas semelhantes em outros países de baixa e média renda são encorajadas. |