Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Brito, Patrícia Kellen Martins Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17136/tde-24032023-151425/
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Resumo: |
As infecções fúngicas acometem milhões de vidas a cada ano e, nesse caso, a criptococose apresenta importante relevância ao atingir indivíduos imunocomprometidos e indivíduos saudáveis, representando uma das principais causas de morbidade e mortalidade mundial entre os indivíduos HIV+. A baixa eficácia e os efeitos colaterais associados aos agentes antifúngicos têm destacado a importância do desenvolvimento de novas abordagens imunoterapêuticas para o tratamento da infecção por Cryptococcus gattii. Nos estudos que constituem a presente tese, uma estratégia de imunização frente a infeção por C. gattii foi desenvolvida e, para isso, foi utilizado agonistas seletivos do receptor de Dectin-1 ou agonista de TLR2/CD14 que atuaram como adjuvante no protocolo vacinal. Inicialmente, camundongos BALB/c receberam a administração do adjuvante ArtinM e, em seguida, houve a etapa de imunização, e esse protocolo não alterou significativamente os níveis de citocinas e concentração de células CD3+ e CD11b+ no tecido pulmonar dos camundongos tratados com ArtinM, comparado com o grupo imunizado. Esse protocolo de imunização associado ao adjuvante ArtinM não contribuiu na redução da carga fúngica pulmonar e na curva de sobrevivência de camundongos infectados com C. gattii. Isso levou a alteração do protocolo de imunização que modificou para uma alta concentração de levedura inativada de C. gattii, com intervalos maiores entre as imunizações. Em seguida, camundongos C57BL/6 que receberam o adjuvante ArtinM, previamente a imunização, apresentaram níveis elevado de IL-10 e uma expressão relativa de IL-23 aumentada nos pulmões, e foi detectada uma redução na carga de C. gattii no tecido pulmonar. Em paralelo, o protocolo de imunização citado acima foi avaliado na administração de agonista do receptor de dectina-1 como adjuvantes. Para isso, camundongos BALB/c ou C57BL/6 receberam curdlan ou peptídeo β-glucano (BGP), previamente a imunização com C. gattii, e após 14 dias da última imunização foram infectados com C. gattii. Após 14 dias de infecção, os animais foram eutanasiados para avaliação. O adjuvante curdlan restaurou os níveis de TNFα que foram reduzidos no grupo de animais submetidos somente a etapa de imunização com C. gattii. A área média e a frequência relativa das células titãs de C. gattii nos pulmões de camundongos BALB/c tratados com curdlan foram reduzidas. No entanto, isso não reduziu a carga fúngica pulmonar e não diminuiu o infiltrado inflamatório no parênquima pulmonar dos camundongos BALB/c. Por outro lado, o adjuvante curdlan induziu altos níveis IFN-γ e IL-10 e diminuiu a carga de C. gattii nos pulmões de camundongos C57BL/6, o que não foi replicado em camundongos tratados com peptídeos β-glucano. Por fim, a avaliação de macrófagos alveolares de linhagem AMJ2-C11, oriundos de camundongos C57BL/6, que demonstrou uma baixa expressão do receptor de dectina, foram utilizados na incubação com curdlan que resultou na polarização dos macrófagos AMJ2-C11 para o perfil M1, no aumento da expressão de TLR2, e maior atividade fagocítica sobre C. gattii. No entanto, curdlan não induziu uma maior atividade fungicida de AMJ2-C11 sobre C. gattii. A utilização de inibidores de Syk, e de tirosina quinases da família Src demonstrou a especificidade da atuação de curdlan em células AMJ2-C11 via receptor de dectina-1. Assim, o adjuvante ArtinM e o adjuvante curdlan favoreceram o controle da infecção por C. gattii, com destaque, para o modelo de infecção com C. gattii em camundongos C57BL/6. O presente estudo terá importantes implicações no desenvolvimento de novas abordagens imunoterapêuticas para tratar a infecção por C. gattii. |