Resumo: |
INTRODUÇÃO: O ombro é a articulação que mais comumente sofre luxação, sendo a instabilidade anterior a mais frequente. Reparo artroscópico da lesão de Bankart com âncoras com nó é o tratamento mais usado para a instabilidade anterior do ombro. Em 2001 o conceito de fixação do tecido com o uso de âncoras sem nó foi estabelecido, e sua aplicabilidade foi demonstrada para o tratamento da lesão do lábio glenoidal, solucionando a dificuldade de confecção do nó artroscópico. Além disso, o volume do nó pode acarretar lesões da cartilagem articular da cabeça do úmero pelo atrito e levar a desconforto articular na mobilização do ombro. O objetivo do estudo foi comparar os resultados clínicos e de exames de imagem pós operatórios de pacientes submetidos ao tratamento da instabilidade recidivante do ombro por via artroscópica com uso de âncoras absorvíveis com nó em relação aos tratados com âncoras absorvíveis sem nó. MÉTODOS: Nesse estudo prospectivo foram randomizados 64 pacientes, 32 para cada grupo. Os desfechos clínicos foram avaliados com 6, 12 e 24 meses de pós-operatório por meio dos escores clínicos de Rowe, \"Western Ontario Shoulder Instability Index\" (WOSI), \"Single Assessment Numeric Evaluation\" (SANE), Escala Visual Analógica para dor (EVAd) e a taxa de recorrência de luxação pós-operatória. Ressonância Magnética (RM) pós-operatória foi realizada e os desfechos foram o índice da altura anterior do lábio glenoidal (IAALG), o índice da altura inferior do lábio glenoidal (IAILG), a inclinação anterior do lábio glenoidal (IALG) e a inclinação inferior do lábio glenoidal (IILG). RESULTADOS: Cinquenta e um pacientes completaram 24 meses de seguimento, 24 no Grupo Com Nó e 27 no Grupo Sem Nó. Aos 24 meses, o escore de Rowe foi 81,7 ± 19,9 pontos para o Grupo Com Nó e 85,9 ± 14 pontos para o Grupo Sem Nó (p = 0,623); o WOSI foi de 509,2 ± 480,1 pontos para o Grupo Com Nó e 555,9 ± 393,6 pontos para o Grupo Sem Nó (p = 0,533); o SANE foi de 90,7 ± 18,7 pontos para o Grupo Com Nó e 89,2 ± 14,8 pontos para o Grupo Sem Nó (p = 0,427); EVAd foi de 1,7 ± 2,5 pontos para o Grupo Com Nó e 2,5 ± 2,7 pontos para o Grupo Sem Nó (p = 0,275). Não houve diferença estatística na amplitude de movimento, na recorrência de instabilidade pós-operatória e nos parâmetros pós-operatórios de RM entre os grupos. CONCLUSÕES: O reparo da lesão de Bankart com o uso de âncoras absorvíveis com ou sem nó produziu resultados clínicos, radiológicos e de recorrência semelhantes na análise pós-operatória de 24 meses. |
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