Cidades compactas e mais verdes: conciliando densidade urbana e vegetação por meio do desenho urbano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Sanches, Patrícia Mara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-04052020-152955/
Resumo: Diante do rápido crescimento das cidades nas últimas décadas e de cenários preditivos de maior aumento populacional urbano em todo o mundo, estratégias para o desenho de cidades mais compactas e com qualidade ambiental são cada vez mais urgentes. No entanto, conciliar o necessário adensamento urbano e a provisão de áreas verdes - a fim de alcançar maior resiliência frente as mudanças climáticas - tem sido um dos grandes desafios das cidades contemporâneas. Vários estudos na literatura sugerem que este fenômenos sejam antagônicos, e portanto, estabelecem uma correlação negativa entre si. A hipótese desta pesquisa é que o desenho urbano é um dos elementos-chave para enfrentar essa contradição e buscar soluções eficientes e equilibradas para a ocupação do solo urbano, assim como, gerar matrizes mais permeáveis e favoráveis à conectividade ecológica e à provisão de serviços ecossistêmicos. Portanto, o objetivo é investigar o impacto das formas urbanas nos espaços verdes residenciais (EVR), e como conciliar alta densidade e cobertura vegetal por meio dos estudos morfológicos. Os estudos de caso se localizam em São Paulo, Brasília (Brasil) e Berlim (Alemanha), e compreenderam áreas de uso residencial e misto, de alta densidade, classificadas em oito tipos morfológicos. As variáveis contemplam a composição e a configuração dos EVR a partir de métricas da ecologia da paisagem, e variáveis morfológicas e de ocupação do solo urbano, como densidades populacional, habitacional e construída-CA, e taxa de ocupação dos edifícios. Os dados espaciais foram gerados e processados com auxílio de SIG e técnicas de sensoriamento remoto, e analisados por métodos uni e multivariados. Diferentes configurações morfológicas, que possuem a mesma taxa de densidade habitacional, apresentaram grande variação da vegetação, com diferenças média de até 88% da área de cobertura arbórea, 91% no tamanho médio do fragmento vegetado, 46% na conectividade (distância entre áreas verdes) e 30% no grau de agregação da vegetação. O desenho urbano baseado na quadra como unidade mínima de planejamento mostrou ter um desempenho melhor em conciliar alta densidade urbana e alta cobertura arbórea, do que o desenho urbano baseado em diretrizes e parâmetros de ocupação aplicados exclusivamente ao lote. Identificou-se que outros fatores externos, como mobilidade e questões socioculturais podem influenciar no desenho urbano e impactar na quantidade e configuração dos EVR. A partir das unidades amostrais melhor avaliadas, foram estabelecidos diretrizes de desenho e parâmetros de referência quanto as variáveis de paisagem e de morfologia urbana, bem como discutido os obstáculos e desafios da aplicabilidade destas lições no contexto urbano brasileiro. Os resultados poderão contribuir na formulação de novas estratégias e políticas públicas urbanas em busca de cidades mais compactas e verdes, potencializando, assim, os serviços ecossistêmicos e a biodiversidade urbana. Além disso, os resultados desta pesquisa traz em avanços na compreensão e integração entre morfologia urbana e ecologia da paisagem, bem como diminui as lacunas entre a ciência e a prática do planejamento e do desenho urbano.