Anomalias dentárias de número, tamanho, forma e posição em indivíduos com fissura labiopalatina

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Seolin, Carla Grizel Valladares Puente de La Vega
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Anomalia dentária; Cleft lip; Cleft palate; Dental anomaly; Fissura labial; Fissura palatina; Tomografia; Tomography
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/61/61132/tde-18042023-102952/

A reabilitação integral dos indivíduos com fissura labiopalatina é longa, com atuação precoce do odontólogo principalmente quando o rebordo alveolar da maxila é acometido pela anomalia, causando alterações dentarias tanto na dentadura decídua como na permanente, sendo que a mandíbula pode também estar afetada. As anomalias dentárias criam problemas não só estéticos, mas também funcionais, periodontais e restaurativos, e sendo que estas ocorrem com maior frequência em indivíduos com fissura labiopalatina é importante que o cirurgião-dentista tenha conhecimento de estas particularidades dentais para serem consideradas no planejamento do tratamento odontológico do indivíduo com fissura labiopalatina. O objetivo do presente trabalho visa identificar as anomalias dentarias de número, tamanho, forma e posição em indivíduos com fissura labiopalatina. Material e Métodos: Este é um estudo observacional transversal, onde foram selecionados 222 prontuários de indivíduos de diferentes idades entre 9 e 18 anos, 84 homens e 138 mulheres, com fissura de lábio e/ou palato unilateral e/ou bilateral não sindrômico, matriculados no HRAC, que possuam tomografia computarizada de feixe cônico (TCFC) da maxila e mandíbula com dentição permanente ou mista, do arquivo do setor de Radiologia do hospital. Um único examinador avaliou as tomografias computadorizadas de feixe cônico armazenadas no banco de dados quanto à ocorrência de anomalias dentarias, os terceiros molares não foram considerados na amostra. Os dados obtidos foram registrados e divididos em dois grupos: Maxila e Mandíbula, cada grupo foram subdivididas por tipo de anomalia dentaria separandoas por número, tamanho, forma e posição, também foram registradas as características do tipo de fissura do participante. Resultados: A prevalência de anomalias dentárias na amostra do presente estudo foi de 24.2%. As anomalias dentarias encontradas são: giroversão (28,6%), agenesia (26.4%), erupção ectópica (14.8%), microdontia (9.8%), dilaceração radicular (8.3%), retido (3,5%), dente supranumerário (2,9%), taurodontia (1,3%), infraoclusão (1,1%), dente conoide (1%), macrodontia (0,7%), transposição (0,7%), dilaceração da coroa (0,4%), dente invaginado (0,2%), radix (0,2%), dente invertido (0,1%). Os dentes da maxila foram os mais atingidos pelas anomalias (19.9%) comparado à mandíbula (4.3%). A anomalia mais frequente na maxila foi a agenesia (21.8%), e a giroversão (20%), na mandíbula a anomalia mais frequente foi a giroversão (8,6%) e a agenesia (4,6%).Os dentes mais acometidos pela agenesia são os incisivos laterais no lado da fissura e os segundos pré-molares na mandíbula. Na giroversão os dentes mais acometidos foram os incisivos centrais e laterais superiores, além de caninos inferiores. De acordo com o tipo de fissura, a fissura trans-forame bilateral apresentou maior número de anomalias dentárias (54.2%) quando comparado com os outros tipos de fissura, sendo a giroversão a anomalia mais prevalente, e do mesmo modo em todos os outros tipos de fissura exceto na fissura pós forame onde foi a agenesia a anomalia de maior prevalência. Conclusão: A presença de múltiplas anomalias foi significativamente mais comum nas fissuras completas, particularmente, na fissura trans-forame bilateral seguida da fissura trans-forame unilateral esquerda. Por tanto consideramos que o tratamento odontológico nestes indivíduos precisa ser planejado cuidadosamente em vista da grande prevalência de anomalias dentarias.