Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Maroneze, Bruno Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-28092011-102939/
|
Resumo: |
A mudança de classe gramatical consiste na criação de uma unidade lexical em uma classe gramatical diferente da classe da base. Para efetuar essa criação, os falantes dispõem de diversos mecanismos, como a derivação sufixal (com diversos sufixos), a derivação parassintética, a derivação regressiva e a conversão. Nosso objetivo, no presente trabalho, é o de descrever tais mecanismos, procurando compreender por que motivo(s) os falantes criam novas unidades lexicais em classes gramaticais diferentes. Buscando a fundamentação teórica da Linguística Cognitiva, procuramos dividir nossa análise em duas perspectivas: a perspectiva onomasiológica, em que analisamos os mecanismos de criação lexical, e a perspectiva semasiológica, em que analisamos os mecanismos de interpretação de uma nova unidade lexical. Seguindo as ideias da Linguística Cognitiva, entendemos que as classes gramaticais devem ser consideradas categorias semânticas, e a mudança de classe, um processo de natureza basicamente semântica. Considerando apenas as classes gramaticais de natureza lexical, os seis tipos de mudança de classe possíveis em português são: adjetivo para substantivo, verbo para substantivo, substantivo para adjetivo, verbo para adjetivo, substantivo para verbo e adjetivo para verbo. Dessa forma, separamos 1.209 neologismos resultantes de mudança de classe gramatical integrantes da Base de neologismos do português brasileiro contemporâneo (que faz parte do Projeto TermNeo Observatório de Neologismos do Português Brasileiro Contemporâneo) e os classificamos em cada um dos seis tipos de mudança de classe. Para cada um dos tipos, analisamos onomasiologicamente os mecanismos de criação e, semasiologicamente, os mecanismos de interpretação desses neologismos. A derivação sufixal é o mecanismo mais empregado, com inúmeros sufixos produtivos no português contemporâneo, muitos deles polissêmicos; no entanto, a derivação parassintética na formação de verbos e a derivação regressiva na formação de substantivos abstratos também são mecanismos produtivos. Há alguns casos importantes de concorrência entre sufixos, como -ice e -(i)dade na mudança de adjetivo para substantivo e -ção e -mento na mudança de verbo para substantivo. Na análise da interpretação dos neologismos, a metonímia revelou-se um processo importante em quase todos os tipos de mudança de classe. Por fim, as análises parecem indicar que os falantes operam a mudança de classe gramatical com a finalidade de exprimir novos conceitos, não apenas por razões meramente morfossintáticas. |