Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Garcez, Marcos Paixão |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-09032012-084507/
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Resumo: |
Nas décadas de 50 e 60, muitas empresas norte-americanas iniciaram um processo intensivo de diversificação de negócios, principalmente não relacionada, devido à disponibilidade de capital e forte regulação antitruste, atingindo seu ápice no final da década de 60 e gerando o surgimento de conglomerados corporativos gigantes. Nos anos 70, após muitas diversificações mal sucedidas e desinvestimentos, Rumelt (1974) creditou à diversificação relacionada melhores resultados que a não relacionada. Iniciou-se a tendência de retorno à especialização, no entanto se carecia de um modelo que descrevesse como otimizar as diversificações não relacionadas, muitas vezes importantes do ponto de vista estratégico, o que foi contemplado no modelo de Roberts e Berry (1985). Estes autores desenvolveram a caracterização das diferentes alternativas de crescimento bem como em que situações cada qual é recomendada, propondo a seleção de modalidades estratégicas ótimas de crescimento e entrada em novos negócios segundo o grau de novidade e familiaridade com tecnologias e mercados, contemplando assim as escolhas mais indicadas para as diversificações com diferentes graus de relacionamento, incluindo Desenvolvimentos Internos de Produtos e Mercados, Aquisições, Licenciamentos, Internal Ventures, Joint-Ventures, Venture Capital e Educational acquisitions, cada qual mais indicada em função dos fatores críticos da seleção, ou seja, o nível de recursos disponíveis, competências e conhecimento disponíveis nas dimensões de tecnologia e mercado, retorno e prazo de retorno, risco envolvido, aderência estratégica, grau de diversificação almejado e envolvimento gerencial da empresa mãe. No entanto, embora desde então venha sendo recomendado na literatura, os próprios autores recomendaram que o modelo fosse validado em pesquisas de maior abrangência de episódios e em diferentes contextos industriais, já que realizaram o estudo acessando 14 episódios em uma empresa americana com diversificação de negócios. Assim, o objetivo principal do estudo é analisar a validade do modelo proposto por Roberts&Berry, em um universo mais abrangente de pesquisa, para isso realiza-se uma pesquisa utilizando o estudo de casos da Odebrecht Química, com histórico de grande crescimento e diversificação e pertencente à indústria petroquímica brasileira, que representa 8,0 % do PIB industrial do Brasil. São analisados 30 episódios de crescimento e diversificação em profundidade. Identificam-se e caracterizam-se as modalidades de crescimento e entrada em novos negócios da empresa-caso nos últimos vinte anos; verifica-se a adequação destas ao modelo; identificam-se os fatores determinantes da seleção, e identificam-se os fatores críticos determinantes do desempenho destas escolhas. Foram utilizadas entrevistas em profundidade e questionários semiestruturados para a coleta de dados primários e análise documental para a obtenção de dados secundários. Como resultados da pesquisa, verifica-se que os episódios analisados apresentaram forte aderência à matriz de familiaridade de Roberts & Berry, sendo que 87 % dos bem sucedidos se encontravam na modalidade sugerida pela matriz e 100 % dos mal sucedidos se constituíam em modalidades não recomendáveis em face da familiaridade apresentada no momento da seleção. De forma a validar o modelo, acessaram-se os constructos teóricos implícitos na matriz - fatores motivadores da seleção e fatores determinantes do desempenho - com os dados empíricos dos episódios, com o que se conclui pela validade do modelo no setor industrial. Adicionalmente, como refinamento do modelo, propôs-se o enquadramento de novas modalidades não contempladas no modelo original, como fusões e aquisições com integração vertical para trás. Finalmente, analisa-se o caso de parcerias tecnológicas, sugerindo-se o provável enquadramento no modelo, a ser verificado em pesquisas subsequentes. Contribui-se tanto do ponto de vista teórico, trazendo novas evidências sobre a decisão estratégica em empresas de enfoque tecnológico, como do ponto de vista prático, através da avaliação de um modelo de grande interesse empresarial. |