Fabulação, memória e a imagem de arquivo no filme ensaio autobiográfico: articulações, atritos, invenções

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pinto, Carolina Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-15082023-150247/
Resumo: Em nossa pesquisa, propomos uma aproximação entre memória e cinema e sob quais aspectos e parâmetros entendemos essa aproximação. Circunscrevemos esta investigação ao universo do filme ensaístico autobiográfico, a como memória figura nos filmes e como a fabulação dá origens às narrativas, no processo de evocação das lembranças a partir do contato com de imagens de arquivo. Este estudo surgiu do desejo de se explorar o processo de elaboração de uma obra audiovisual, a partir de material de arquivo da própria realizadora e as reflexões advindas da dedicação à realização. O contato com o material seminal deste processo ensejou a criação de um trabalho em duas frentes, que compreendeu a escrita da presente tese e o desenvolvimento de um filme, ainda em processo. Esse material é o ponto de partida para pensarmos a relação da evocação de reminiscências a partir do contato com as imagens de arquivo, em sua fragilidade como suposto substituto da memória. Em nosso desenvolvimento, o material de arquivo e o seu reemprego para a criação de uma outra obra foram determinantes, ao direcionar nossos estudos no campo da memória e entender a fabulação como um dos recursos que atua na criação das narrativas. A investigação propõe uma discussão sobre as formas autobiográficas e ensaísticas e a produção de narrativas fabulares, que surgem do embate entre evocações da memória e imagens de arquivo. A partir da literatura sobre o tema e pelo corpo a corpo com outros filmes, busca-se construir e problematizar nossas estratégias expressivas, com o intuito de debater a potência e ao mesmo tempo a fragilidade das imagens. A imagem como arquivo da memória e simultaneamente lugar de invenção de memórias, uma vez que a imagem nem sempre coincide com as lembranças que dela guardamos. Nossas escolhas poéticas se direcionaram de modo a constituir uma fabulação através de imagens e sons, para tratar do que é impossível de se reconstituir pelas vias da representação. O escopo teórico foi fundado a partir das questões derivadas do fazer cinematográfico. E, em uma via de mão dupla, o contato com os textos e outras obras já existentes direcionaou a produção de materiais e orientou as escolhas feitas na montagem. A escrita e a realização se complementaram. Neste sentido, esta reflexão, cujo desfecho é a presente tese e esse filme ensaio autobiográfico em desenvolvimento, busca-se investigar e dialogar com estratégias adotadas por outros realizadores, em obras que resultam em uma exploração da memória como um substrato de criação. O estado da arte sobre o tema irá se estruturar a partir de outras obras cinematográficas ensaísticas, que aludem às manifestações da memória.