Análise do manejo de pacientes portadores de psoríase na rede de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS): uma avaliação sobre a perspectiva dos atendimentos em um serviço de alta complexidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Mumic, Fabrícia Teixeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
SUS
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17165/tde-15022024-160148/
Resumo: Introdução: A psoríase é uma doença sistêmica, poligênica e multifatorial, que acomete cerca de 2% da população mundial e relaciona-se com a potencialização de várias outras doenças, dentre elas: doenças cardiovasculares e síndrome metabólica, além de aumento na incidência de desordens mentais, especialmente transtorno depressivo. As doenças cutâneas são causas mais comuns de encaminhamento da atenção básica ao especialista do que as condições não dermatológicas, e, no Brasil, a psoríase está entre as seis doenças dermatológicas mais prevalentes na atenção primária. Objetivo: Avaliar o intervalo de tempo entre o início dos sintomas de um paciente portador de psoríase até o seu atendimento em um serviço especializado, verificar os tratamentos prescritos na rede, comparando-os com os prescritos em nível terciário, e o perfil dos pacientes encaminhados, como sexo, idade e cidade de procedência. Materiais e métodos: Estudo descritivo, com dados coletados dos prontuários eletrônicos dos pacientes com diagnóstico de psoríase no ambulatório de Psoríase do HC-FMRP no período de janeiro de 2016 até janeiro de 2020. Resultados: Observou-se que, em relação ao perfil dos pacientes encaminhados, 55,7% eram homens e 44,3% mulheres, apresentando idade média de 46 anos, com média de 8 anos de sintomas até a data de atendimento no serviço terciário, Em relação ao manejo dos pacientes na rede verificou-se que 61,4% receberam apenas tratamentos tópicos até o seu encaminhamento, e uma parcela de 7,6% não recebeu nenhum tratamento. Além disso, 10,9% dos pacientes analisados receberam alta até a terceira consulta. Importante ressaltar também que 1,7% dos pacientes estavam em uso de corticoide sistêmico, com risco de exacerbação e agravamento do quadro no momento de sua suspensão. Em 59,9% dos casos avaliados, o tratamento prescrito no serviço terciário especializado foi o mesmo que estava sendo usado previamente, apenas com ajuste de dose e reforço de cuidados tópicos e comportamentais. Quanto às cidades de procedência, observamos uma maior proporção de pacientes procedentes de Ribeirão Preto (33,3%) e uma distribuição relativamente homogênea das demais cidades. Conclusão: considerando o impacto causado na qualidade de vida do paciente e o tempo de espera até o atendimento em serviço de referência de nível terciário, concluiu-se sobre a necessidade de aprimoramento quanto ao manejo da psoríase pela rede de atenção primária e secundária, uma vez que grande parte dos pacientes ficam com a doença em atividade e sem controle por longos períodos até um atendimento especializado. Uma parcela dos encaminhamentos seria reduzida com a prescrição de tratamentos tópicos otimizados ou pela prescrição de tratamentos sistêmicos clássicos, disponíveis no SUS, em associação.