Análise temporal, espacial e espaçotemporal da ocorrência da dengue, leishmaniose tegumentar americana e malária no estado do Acre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Melchior, Leonardo Augusto Kohara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-05012017-101755/
Resumo: Introdução: Dentre as inúmeras doenças infecciosas que ocorrem na Região Amazônica, destacam-se a malária, a leishmaniose tegumentar americana (LTA) e a dengue. Todas estas doenças têm em comum o fato de serem transmitidas por vetores, além de apresentarem elevadas incidências no Acre. Objetivos: Avaliar a ocorrência de malária, LTA e dengue no estado, a partir de uma abordagem no tempo, espaço e espaçotempo no período entre 2000 a 2015. Métodos: Os estudos sobre as três doenças tiveram delineamentos ecológicos. As áreas de estudo foram as mesorregiões (Vale do Acre e Vale do Juruá) e microrregiões do Acre (Rio Branco, Brasiléia, Sena Madureira, Cruzeiro do Sul e Tarauacá). As fontes dos dados secundários foram os sistemas de vigilância epidemiológica que estão sob a supervisão do Ministério da Saúde. De modo geral, foram estimados nestes estudos, os coeficientes de incidência, mortalidade e letalidade; realizadas análises de tendências temporais utilizando o programa Stata 13; e realizadas análises de aglomerados espaciais e espaçotemporais com o auxílio do programa SaTScan. Os resultados foram apresentados em mapas corocromáticos, gráficos e tabelas. O estudo foi submetido e aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade Federal do Acre. Resultados: No estudo sobre malária foram identificados um aglomerado de alto risco no Vale do Juruá e três de baixo risco no vale do Acre, tanto no espaço como no espaçotempo e para os dois tipos de plasmódio. Os grupos de menores de 19 anos e mulheres mostraram alta incidência no Vale do Juruá, porém no Vale do Acre homens na idade produtiva foram os mais acometidos. O coeficiente de mortalidade por malária evidenciou tendência decrescente em todo estado, enquanto a taxa de letalidade aumentou apenas na microrregião de Rio Branco. No estudo sobre LTA detectaram-se um aglomerado de alto risco e três de baixo risco tanto no espaço como no espaçotempo. Apesar de quatro das cinco microrregiões do Acre terem apresentado tendência temporal estacionária, a tendência no estado foi decrescente. O perfil de transmissão da doença variou conforme as microrregiões. De modo geral, a doença no estado acometeu mais pessoas jovens, do sexo masculino e da zona rural. No estudo sobre dengue, todas as microrregiões, com exceção de Rio Branco, apresentaram tendência 8 crescente no número de casos de dengue. A doença apresentou sazonalidade, com maiores incidências entre os meses de janeiro e março. Ocorreram epidemias nos anos de 2009, 2010, 2011, 2014 e 2015, sendo que o município de Rio Branco foi o mais atingido nos três primeiros anos e Cruzeiro do Sul, nos dois últimos. Estes dois municípios foram identificados como aglomerados de alto risco no estado. Adultos, independente do sexo, foram os mais acometidos. Apesar da elevada incidência observou-se uma baixa mortalidade. Conclusões: A malária, a LTA e a dengue estão sujeitas a diferentes padrões no tempo, espaço e espaçotempo, assim, estratégias de controle devem ser sempre adotadas buscando o melhor modelo para cada localidade. Ressalta-se a importância na análise da variável espaço e tempo como alternativa metodológica para auxiliar no planejamento, monitoramento e avaliação das ações em saúde.