Pré-estudo de um método de tratamento de palha de arroz com uréia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1989
Autor(a) principal: Sanchez Aviles, Juan
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-20191218-171452/
Resumo: O trabalho experimental foi conduzido para avaliar um método de tratamento de palha de arroz com uréia, visando a melhoria de seu valor nutritivo, através do efeito da amônia proveniente da hidrólise da uréia. Para tanto, um pré-estudo foi conduzido para testar a metodologia e para determinar a intensidade das fontes de nitrogênio no processo. Vinte e cinco gramas de palha de arroz foram umedecidas para a obtenção de teores de umidade de cerca de 20% e 40% e o material pulverizado com soluções de uréia de 3%, 6% e 9% do peso da palha, contendo 0,025g de fezes de bovino como fonte de urease. As amostras foram colocadas em vasos captadores de nitrogênio e após 8 dias analisadas. Os resultados indicaram efeitos significativos da adição de uréia sobre a quantidade de nitrogênio retida pela palha e sobre as perdas de nitrogênio. Efeitos significativos foram também obtidos para níveis de umidade e para a interação dos fatores estudados. Através do pré-estudo foi possível verificar que a metodologia proposta era viável e que a umidade era um fator importante para o tratamento. Para o trabalho experimental 1kg de palha umedecida para teores de umidade próximos de 20% e 40% foi tratada com 4 níveis de uréia (0%, 3%, 6% e 9%) em um delineamento fatorial de 4x2 inteiramente casualizado. A solução de uréia contendo 1g de fezes de bovino foi pulverizada sobre a palha e colocado em sacos plásticos duplos, que fechados por 59 dias. O tratamento com o material permaneceram uréia elevou significativamente os teores de proteína bruta na matéria seca de 4,25% para 10,5%, 15,66% e 21,08% para os níveis de 0%, 3%, 6% e 9% de uréia respectivamente. O nitrogênio amoniacal das amostras foi também elevado de 0,16% para 0,89%, 1,36% e 1,7%, mas os teores de ADF variando de 55,80 e 56,98 não foram afetados. A digestibilidade in vitro de matéria seca foi elevado de 55,35% para 62,23% no nível de 3% de uréia, não sendo detectadas diferenças significativas entre 3%, 6% e 9% de uréia. A umidade também influenciou os níveis de proteína bruta da palha tratada, sendo observado 14,63% para o nível mais baixo de umidade (aproximadamente 20%) e 11,11% para o mais elevado e uma interação entre umidade e níveis de uréia. De maneira semelhante a quantidade de nitrogênio amoniacal também foi alterado, ocorrendo elevação de 0,99 para 1,07, mas sem interação significativa. Os teores de ADF foram significativamente afetados pela umidade passando de 55,69% no nível mais baixo para 57,03% no mais alto, sendo o mesmo efeito também significativo para a digestibilidade da matéria seca in vitro que passou de 60,78% para 62,70%. No caso da digestibilidade interações significativas foram detectadas. Com os resultados obtidos foi possível tirar as seguintes conclusões: 1) Para trabalhos pilotos de laboratório, onde existe a possibilidade de utilização de câmaras que permitam um bom selamento ao ambiente, é possível utilizar curtos espaços de tempo, como 8 dias para estudar o efeito da amonificação sobre as palhas; 2) Alterações na fração ADF das palhas amonificadas não traduzem as modificações na digestibilidade in vitro da palha; 3) A umidade da palha a ser amonificada é de grande importância para a liberação de amônia, e nas palhas mais secas a uréia residual em nível elevado após o tratamento, poderá afetar a palatabilidade do material; 4) Níveis de 3% de uréia em palhas de arroz mais úmida parece ser suficiente para melhorar o valor nutritivo (digestibilidade e teor protéico); 5) O presente estudo mostrou a possibilidade da utilização da uréia no tratamento de palha de arroz para melhorar sua qualidade como alimento para bovinos.