Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Maduro, Edilene da Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-22102013-111003/
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Resumo: |
Em que pese sua relevância, as Unidades de Conservação ainda são responsáveis pela geração de impactos e conflitos nos territórios nos quais se encontram, porque provocam mudanças sociais representativas quando a sua criação não leva em consideração os saberes e os fazeres de seus moradores. Na comunidade de Nossa Senhora do Livramento, uma das seis comunidades que integram a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé, na área rural de Manaus, vivem populações tradicionais indígenas e não indígenas que, depois de terem seus territórios transformados na referida reserva, estão passando por transformações nos seus modos de viver e se reproduzir causadas pela nova ordem de política ambiental imposta, estranha às suas práticas. Na tentativa de assegurar seus territórios contra as ameaças de perdas pelas especulações diversas que as rondam e garantir seus lugares de vida e trabalho, essas populações adotaram estratégias de uso e posse dos espaços em forma de quintais, sítios e roças. Cultivando no sistema roça-capoeira-floresta, produzem variedades de mandiocas, macaxeiras e frutíferas que se enquadram no modelo agrobiodiverso. Seus cultivos aproveitando capoeiras são percebidos como modo de deixar os solos em descanso enquanto roçam outra capoeira velha. Esse modelo está entre as boas práticas para a gestão territorial. Suas práticas de pesca, caça e extrativismo florestal, baseadas em saberes locais, lhes asseguram fontes de recursos alimentares e medicinais. Dessa maneira, ao reinventarem seus territórios de uso e abrigo e suas formas de reprodução de vida, essas populações demonstram ter um refinado modo de se relacionar com a natureza, o que lhes dá poderes para continuar onde estão. Para levantar esses dados, foi adotada a técnica da pesquisa participante, especialmente a categoria observação participante. Foram feitas várias entrevistas abertas e foi usada a técnica de análise de conteúdo para tratá-las. Esta pesquisa mostra que é possível sim haver conservação com pessoas vivendo em UCs e confirma que as estratégias que essas populações têm de delimitar territórios lhes dão resistência e poderes para continuarem onde estão e resistir às investidas de expropriação. |