Manejo do horário da colheita do capim-marandu sob corte ou pastejo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Oliveira, Fábio Cortez Leite de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-31032015-085538/
Resumo: O ritmo circadiano das plantas e de ruminantes crepusculares parece ter co-evoluído no mesmo sentido: \"colher energia do sol\" durante o dia, estocar o excedente e utilizá-lo durante a noite. Diante disso, o manejo do horário da colheita de forragem emerge como possibilidade de incrementar a eficiência dos sistemas de produção animal em pastagens a um custo zero. Assim, essa pesquisa teve como objetivo determinar em qual horário do dia é vantajoso concentrar a colheita do capim-marandu, Brachiaria brizantha cv. Marandu, sob corte ou pastejo. Durante a primavera e verão de 2012/2013, realizou-se experimentos para determinar o horário que ocorre máxima concentração de açúcares e amido (carboidratos não estruturais) na lâmina foliar e pseudocolmo de perfilhos de capim-marandu, e verificar os padrões de variação ao longo do dia e entre estratos verticais do relvado. Os acúmulos de carboidratos não estruturais na lâmina foliar e pseudocolmo, do nascer do sol até o início da noite, seguem tendência quadrática e as concentrações máximas ocorreram após às 15 h. Dessa forma, as concentrações de carboidratos não estruturais foram superiores no topo do relvado às 15 h, principalmente na primavera. Já as concentrações de N, fibra e digestibilidade in vitro variaram menos ao longo do dia, e mais devido aos diferentes estratos ou estações do ano. No mesmo período, foi conduzido um experimento de pastejo, para verificar se o horário de mudança de piquetes altera o comportamento ingestivo e o desempenho de novilhas de corte. Seis lotes foram manejados sob o método de pastejo rotativo, onde diariamente três lotes mudavam de piquetes às 6 h e outros três lotes mudavam às 15 h. O valor nutritivo da forragem foi avaliado no relvado pré-pastejo ou sob-pastejo, pela manhã e tarde, e o comportamento ingestivo dos lotes foi avaliado pelo monitoramento do uso do tempo e taxas de bocado dos animais. Após a mudança de piquete, os animais mantém altas taxas de bocado às 6 h ou 15 h, mas somente a mudança de piquetes às 15 h estimula a concentração das refeições no período da tarde, onde o valor nutritivo da forragem foi superior em relação ao amanhecer. No entanto, a mudança de piquete ao amanhecer, provocou aumento do tempo total de pastejo, distribuídos igualmente entre o período da manhã e da tarde. Concluindo, essa pesquisa traz informações novas a respeito da colheita do capim-marandu, como a possibilidade de obter forragem com incrementos significativos de carboidratos não estruturais, realizando um esquema de colheita após às 15 h, acima de 13 cm de altura na primavera e acima de 20 cm no verão. Já em relação ao horário de mudança de piquetes, apesar da mudança às 15 h alterar o esquema das refeições, compensações entre os padrões de pastejo e as variações do valor nutritivo da forragem ao longo do dia, resultaram em consumo de forragem e desempenho semelhantes entre os tratamentos. Por outro lado, pode-se considerar que a mudança de piquetes pela tarde, proporcionou mais conforto aos animais em relação à mudança pela manhã, uma vez que necessitaram pastejar por menos tempo, restando mais oportunidade para realizarem outras atividades.