Escutando o Matriciamento. Caminho para um resgaste da dimensão clínica no trabalho em rede no SUS?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Cohen, Marina Chansky
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-14112018-111216/
Resumo: Este estudo pretendeu identificar as condições de possibilidades de ampliação da intervenção clínica nas reuniões de matriciamento entre CAPS1 e Atenção Primária. Através de um método qualitativo, foram registrados pela pesquisadora, na condição de observadora, seis reuniões de matriciamento. A observação dessas reuniões buscou escutar o grupo de profissionais na situação do matriciamento. Estes registros foram analisados à luz de uma perspectiva psicanalítica acerca dos processos grupais. A partir dos dados obtidos, percebemos a importância de que o dispositivo de matriciamento seja compreendido para além da obrigatoriedade prevista pelas portarias e que seja escutada e considerada a dimensão psíquica do grupo de profissionais diante de uma tarefa. Discutimos nossa compreensão sobre os riscos do discurso político ser passado diretamente para a execução do dispositivo. Isso porque a lógica totalitária desse discurso não abre espaço para reconhecimento do negativo, que, por sua vez, é condição necessária para que esse dispositivo acolha a clínica. Neste sentido, a discussão destes dados demonstrou que o funcionamento do dispositivo de matriciamento é depositário da angústia vivenciada pelos profissionais neste contexto e reflete características da demanda atendida. Tais elementos, se não considerados, podem comprometer sua tarefa e função como articulador da rede. Assim, a escuta do que está em jogo na dimensão psíquica do grupo de profissionais mostrou-se um caminho frutífero para um resgate da dimensão clínica no trabalho em rede no SUS2