Fatores comportamentais, hormonais e neuroanatômicos associados à vulnerabilidade ao estresse em ratos Carioca High Conditioned-Freezing (CHF) e Carioca Low Conditioned-Freezing (CLF)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Anhuaman, Laura Andrea Leon
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
CHF
CLF
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-03042014-174324/
Resumo: A ansiedade e a depressão são as condições psicopatológicas mais comuns na atualidade. As pesquisas científicas em neurociência, psicologia, psiquiatria e medicina geral procuram encontrar diferentes formas para o tratamento e prevenção. No entanto, a maioria das pesquisas não leva em conta as diferenças individuais ou história do individuo. Quase toda a investigação farmacológica é feita em populações heterogêneas de animais, conduzindo assim à \"média\" dos dados. Recentemente, no Laboratório de Neurociência Comportamental na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), duas novas linhagens de ratos Wistar foram selecionadas fenotipicamente da resposta emocional de congelamento em um teste de medo condicionado . Uma das linhagens, denominada Carioca High ConditionedFreezing (CHF), apresenta uma resposta significativamente aumentada de congelamento no teste, enquanto que a outra (Carioca Low Conditioned-Freezing, CLF) mostra uma resposta de congelamento baixa. Em todos os experimentos utilizamos a linhagem controle (Random, RND) Wistar resultado de cruzamento aleatório entre ratos Wistar. Aqui apresentamos dados de diversos experimentos que avaliaram as diferenças em condições basais e vulnerabilidade ao estresse entre as duas linhagens e a linhagem RND. A concentração plasmática de corticosterona dos ratos foi comparada entre as duas linhagens e o grupo RND, primeiramente no nível basal e posteriormente após a exposição ao mesmo teste, onde foram expostos ao medo condicionado, como estímulo aversivo. Também foi avaliada a proliferação celular e sobrevivência. A imuno-histoquímica para c-fos foi conduzida com o objetivo de se determinar as diferenças de atividade neural entre as duas linhagens e o grupo RND. Um teste farmacológico com ketanserina, antagonista 5-HT2A, foi realizado e os animais foram avaliados quanto à ansiedade e locomoção, no labirinto em cruz elevado. Todos os nossos resultados mostraram diferenças estatisticamente significativas entre as linhagens selecionadas. Estes resultados sugerem que as diferentes condições basais podem ter impacto sobre a reação de comportamento exibido por cada animal. Assim, o uso de grupos selecionados é melhor para se modelar transtornos de ansiedade e procurar quais são caraterísticas que protegem aos animais que não apresentam os sintomas modelados. A partir dos nossos resultados foi evidente que os perfis comportamentais e neuroquímicos dos três grupos CHF, CLF e RND foram qualitativamente e quantitativamente diferentes. Na linha de base após ser fenotipados foi observado que existem diferenças na proliferação celular. Após a reexposição ao contexto observaram-se diferenças na concentração de corticosterona e na ativação neuronal. O estresse crônico levou a respostas diferenciais no número de neurônios imaturos, e o teste farmacológico levou a respostas diferencias tanto a nível local como sistêmico. Os dados obtidos podem ajudar a um melhor entendimento às bases neurobiológicas de aspectos associados às psicopatologias como ansiedade e depressão que estão relacionadas com a vulnerabilidade ao estresse.