Influência da deficiência de estrógeno na taxa de erupção dentária em modelo murino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Madalena, Isabela Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58135/tde-03102022-174129/
Resumo: A erupção dentária é um processo fisiológico definido como a migração do dente em desenvolvimento intraósseo até a sua emergência e posicionamento funcional na cavidade bucal. No entanto, alterações sistêmicas e/ou síndromes, decorrentes do desequilíbrio hormonal, são descritas como principais causadores de distúrbios nesse processo. O estrógeno apesar de ser um hormônio presente e ativo do período embrionário à puberdade, quando relacionado a taxa de erupção dentária, seu papel ainda não é elucidado. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito da deficiência de estrógeno e seus receptores na taxa de erupção dentária. Quarenta ratas da linhagem Wistar Hannover foram divididas em dois grupos segundo a intervenção recebida: Grupo OVX - cirurgia de ovariectomia e Grupo SHAM - cirurgia fictícia. Os procedimentos cirúrgicos foram realizados no 25º dia de vida pós-uterina. A taxa de erupção dentária (mm/dia) dos incisivos inferiores foi avaliada nas condições de hipo- e hiperfunção. Imagens dos incisivos foram capturadas de forma padronizada por câmera acoplada ao estereomicroscópio óptico a partir do 35º dia de vida pós-uterina, a cada 48 e 72 horas durante 21 dias. A mensuração da taxa de erupção dentária foi realizada pelo cálculo de média, por meio da diferença entre medidas iniciais e após o período de 48/72 horas. Após a eutanásia, a região odontogênica foi utilizada para identificação histológica, análise da presença de receptores de estrógeno (ERα e ERβ) e expressão gênica dos genes codificadores de ERα e ERβ (ERS1 e ERS2). As análises foram realizadas por meio da reação de imunohistoquímica e técnica de PCR em tempo real quantitativo. A avaliação referente a taxa de erupção dentária, peso corporal, peso do útero e expressão gênica de ERS1 e ERS2 foram analisadas estatisticamente utilizando os softwares SPSS 24.0 e GraphPad Prism 7.04. O teste t de Student foi utilizado para comparação das médias entre os grupos OVX e SHAM. O nível de significância adotado foi de 5%. A condição de hipofunção, não apresentou diferença estatística significativa quando se compara os dois grupos, OVX e SHAM (p=0.09). Por outro lado, quando se compara os grupos em condição de hiperfunção, o grupo OVX demonstrou taxa de erupção dentária diminuída em relação ao grupo SHAM (p=0.03). O grupo OVX apresentou um aumento de peso corporal significativamente maior quando comparado ao grupo SHAM (p=0.002). Em relação ao peso do útero, o grupo OVX apresentou uma diminuição de peso em relação ao grupo SHAM (p≤0.0001). Nos cortes histológicos foi possível identificar a presença de ERα e ERβ. O ERα foi expresso em ameloblastos em ambos os grupos. Já o ERβ demonstrou-se presente em células da papila dentária do grupo OVX e, em células do tecido de sustentação de ambos os grupos, OVX e SHAM. Quanto a expressão gênica, o ESR1 não demonstrou diferença estatística significativa quando os grupos foram comparados (p=0.33). Entretanto, a expressão gênica de ESR2 foi significativamente maior no grupo OVX (p=0.05). Pode-se concluir que a deficiência de estrógeno influencia negativamente a taxa de erupção dentária.