Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Candia, Michela Rosa di |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-03092008-163701/
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Resumo: |
O presente trabalho de doutorado focaliza as construções de feminilidade negra no conto não publicado \"Under The Bridge\", de Zora Neale Hurston assim como os já publicados \"Sweat\", \"Spunk\" e \"The Gilded Six-Bits\" em comparação com \"Roselily\", \"Really, Doesn\'t Crime Pay?\", \"Coming Apart\" e \"Porn\", da autora contemporânea Alice Walker. Ao supor que Alice Walker \'significa\' ou \'relê\' o trabalho de Hurston, que escreveu durante a época da Renascença no Harlem, a tese tem como objetivo investigar os elos de ligação entre as duas escritoras, focalizando a maneira pela qual suas protagonistas femininas contestam ou aceitam os parâmetros determinantes do \"verdadeiro culto de feminilidade\". Conclui-se que a apresentação das personagens femininas pelas escritoras negras simbolicamente questiona a representação da sexualidade e racismo como uma tentativa de tornar visível o processo de libertação das amarras da sociedade americana no momento de cada produção literária, contribuindo desse modo para o desenvolvimento da crítica literária negra. Na introdução desse trabalho, um panorama sobre o desenvolvimento da escrita por mulheres negras é apresentado, considerando-se leitores não pertencentes ao contexto cultural norte-americano, especialmente pelo fato da tese ser desenvolvida no Brasil. Portanto, essa seção focaliza alguns aspectos sobre a vida de Zora Neale Hurston e Alice Walker, assim como os fatores históricos, sociais e ideológicos que influenciaram a formação dessas autoras. No primeiro capítulo, dedicado à análise dos contos de Hurston, é essencial entender como a violência psicológica cometida contra as personagens femininas por seus parceiros é denunciada no gênero do conto, já que a tradicional dicotomia dominação masculina e subordinação feminina é perpetuada. Embora Hurston não desenvolva protagonistas autônomas e independentes, a escritora outorga o poder a essas personagens por meio da ligação com as raízes culturais. O capítulo divide-se em três momentos: o espaço do lar nas relações matrimoniais, o espaço cósmico/ simbólico na constituição das personagens e o espaço da linguagem no uso do inglês negro vernacular como meio de afirmação. O segundo capítulo traz a análise dos contos de Alice Walker como \"Roselily\" e \"Really, Doesn\'t Crime Pay? , inseridos na coletânea In Love & Trouble- Stories of Black Women e \"Coming Apart\" e \"Porn\", da coletânea You Can\'t Keep a Good Woman Down. O capítulo demonstra a agência das protagonistas e a maneira pela qual as opressões sofridas por instituições como a família, o casamento, os meios de comunicação por meio das imagens de revistas pornográficas e os estereótipos criados pela tradição branca limitam as possibilidades da agência feminina. Dessa forma, a questão da agência mostra-se relacionada às identidades negociadas a partir do momento em que as normas de feminilidade são (des) construídas. Diferentemente do primeiro capítulo em que as vozes de Vangie, Delia Jones, Lena e Missie May se inter-cruzam na análise, optou-se aqui por uma divisão temática. Logo, \"Papéis de Gênero no Espaço das Relações Matrimoniais\" e \"Questionando Identidades\" referem-se aos contos \"Roselily\" e \"Really, Doesn\'t Crime Pay?\" Os contos que abordam a questão da pornografia, \"Coming Apart\" e \"Porn\", são trabalhados nos itens: \"Reificação das Mulheres\", \"O Espaço Pornográfico\" e \"Tornando-se Sujeitos\" No terceiro capítulo verificam-se as diferenças de agência feminina em resposta aos parâmetros de feminilidade negra assim como analisam-se as estratégias narrativas usadas por ambas escritoras. De início, os fundamentos teóricos de Harold Bloom sobre a \'angústia da influência\' e os escritos feministas sobre a tradição literária das mulheres a partir do século XIX abrem caminhos para o trabalho crítico de \"significação\" proposto por Henry Louis Gates. No contexto negro, significar sugere a repetição do passado, mas com a inserção de novos elementos. Com base nessa teoria, o capítulo estabelece Hurston como a pioneira no desenvolvimento da tradição da escrita negra feminina ao relacioná-la com sua contemporânea Alice Walker. Ao utilizar teorias do multiculturalismo crítico propostas por Gates e Homi Bhabha e do dialogismo de Mikhail Bakhtin, o capítulo considera a desconstrução do signo negro, a transformação dos sujeitos da cultura no processo de (não) desestabilização dos papéis de feminilidade negra e propõe uma classificação acerca dos tipos de agência segundo os postulados de lingüistas-antropólogos. No início desse capítulo, assim como nos anteriores, um breve resumo dos principais tópicos a serem abordados é apresentado bem como uma conclusão parcial. Em considerações finais, as principais questões suscitadas no decorrer do trabalho são retomadas. O processo de significação em que Walker revisita a obra de Hurston aponta para as distintas caracterizações de suas respectivas personagens no gênero de contos. Nesse sentido, é possível pensar na multiplicidade de representações da mulher negra e suas especificidade no processo de libertação das amarras opressoras da sociedade excludente. |