O componente social do plano Colômbia e a territorialidade da comunidade camponesa-indígena Awá do departamento do Putumayo (Colômbia)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Avila, Camilo Alejandro Bustos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-15042009-153756/
Resumo: Este trabalho sintetiza uma tentativa de explicação da complexidade socioespacial da relação dialética entre os camponeses-indígenas e o Estado, tomando o caso da comunidade camponesa-indígena Awá do Departamento do Putumayo, na região do piedemonte amazônico do sudoeste da Colômbia e que, desde sempre, tem sido área periférica no processo de conformação territorial do Estado-Nação colombiano. O desenvolvimento da pesquisa permitiu entrelaçar duas histórias, sendo, a primeira, da colonização do piedemonte do Putumayo por parte de comunidades camponesas e indígenas deslocadas das regiões adjacentes por efeito do processo de concentração da terra, as quais recriaram relações camponesas de produção no Putumayo baseadas na posse da terra e o cultivo da coca e, a segunda; a história do deslocamento das comunidades Awá de seu território ancestral no Departamento de Nariño até o Putumayo, processo em que se somaram ao resto do processo colonizador e perderam muitas das suas tradições ancestrais indígenas. A partir de meados da década de 1990, o Estado colombiano se embarca na tarefa de consolidar seu processo de institucionalização nas suas áreas periféricas (principalmente o Putumayo), mediante o combate à produção da coca, utilizando-se de estratégias de forte impacto para a vida das comunidades camponesas como a fumigação aérea e o controle militar. As comunidades reagem a esta iniciativa estatal com uma série de mobilizações em que reclamam seu direito a serem considerados como cidadãos e exigem a implantação do Desenvolvimento Alternativo. A resposta do Estado às mobilizações camponesas é a realização do Plano Colômbia, um gigantesco plano de combate à produção de coca mediante operativos militares para o confronto com as guerrilhas insurgentes, erradicação forçada dos cultivos de coca e imposição de estratégias de desenvolvimento alternativo, elaborado sob a influência dos Estados Unidos. Os impactos negativos deste plano e da incursão sistemática dos grupos paramilitares produziram um deslocamento em massa da população rural e o deterioro das condições de vida da população despejada da terra. Ante estes graves impactos, as comunidades camponesas como os Awá decidem retomar suas características ancestrais indígenas para assegurarem a propriedade da terra e outros benefícios consagrados na legislação, mas, neste processo vão se distanciando entre elas pela concorrência por benefícios estatais, e gerando processos de auto-segregação.