Palinologia, bioestratigrafia e paleoecologia da Formação Alagamar-Cretaceo da Bacia Potiguar, nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1992
Autor(a) principal: Dino, Rodolfo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44136/tde-18112015-132215/
Resumo: A Formação Alagamar, limitada por discordâncias erosivas, é a unidade litoestratigráfica que compõe o Andar Alagoas na Bacia Potiguar. Num contexto regional, corresponde ao estágio transicional evaporítico da evolução tectono-sedimentar das bacias costeiras do Brasil. O estudo integrado desta unidade, há muito necessário, foi aqui desenvolvido, permitindo a correlação entre métodos bio- e litoestratigráficos, através da investigação de 291 amostras de 18 poços exploratórios distribuídos por toda a bacia (terra e plataforma). A análise dos perfis litológicos e diagrafias individualizou eventos transgressivos que limitam cinco intervalos com caráter cronoestratigráfico na bacia. O exame do resíduo orgânico total permitiu a individualização de quatro tipos de palinofácies, características de distintos ambientes continentais. Do estudo sistemático da associação microflorística, 228 espécies morfográficas foram identificadas, ilustradas e descritas ou comentadas. Dois novos gêneros, 5 espécies novas e três novas combinações são propostos. A análise quantitativa permitiu constatar, numa reconstrução tentativa da flora, um predomínio de coníferas da família das cheirolepidiáceas e de plantas do grupo das gnetáceas, secundadas pelas pteridófitas e pelas primeiras representantes das angiospermas. A sucessão palinológica foi subdividida em 4 biozonas e 6 intervalos informais, aplicáveis em toda a bacia. Estas unidades palinoestratigráficas são correlacionáveis aos zoneamentos propostos para outras bacias dentro e fora do Brasil. Com base na palinologia atribuíram-se idade aptiana para a Formação Alagamar e eo- a mesoalbiana para a base das formações Açu/Ubarana. Além disso, reconheceu-se a correspondência entre o Andar Alagoas (local) e o Aptiano. Evidências palinológicas, sedimentológicas e tectônicas indicam para a Formação Alagamar um ambiente de deposição continental de terras baixas, dominantemente deltaico-flúvio-lacustre, sob clima quente árido a semi-árido e regime tectônico relativamente estável. Já a deposição da base das formações Açu/Ubarana ocorreu em ambiente marinho próximo à costa. A composição microflorística é bastante similar às observadas nas bacias do nordeste brasileiro e enquadra-se nas características das associações pertencentes a província microflorística do Gondwana-Norte. Este estudo ressalta a importância da palinologia para a evolução vegetal, a paleoclimatologia e a bioestratigrafia, além de contribuir para um incremento da precisão e confiabilidade da palinoestratigrafia na região.