Relações de poder na equipe gestora do Centro Educacional Unificado (CEU): entre diretrizes, interditos e resistências

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Macedo, Sandra Regina Brito de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
CEU
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-04112019-174526/
Resumo: Esta tese deriva de uma preocupação surgida em outra pesquisa, que indicava que a formação continuada de coordenadores pedagógicos da educação infantil, apesar de abordar aspectos relevantes, deveria atentar para o poder exercido pelo diretor escolar na dinâmica e na atuação dos profissionais da escola. Esse apontamento dos coordenadores entrevistados para aquele estudo revelou-se inquietação e transformou-se em novo projeto, que agora desenvolvemos. Tivemos a intenção de, nesta pesquisa, problematizar não a atuação do diretor escolar visto como elemento isolado, mas, apoiadas na ideia corrente de constituição de equipe gestora, voltamo-nos para as relações de poder instituídas, construídas e vivenciadas por essa equipe. Escolhemos para tal a metodologia de estudo de caso, e privilegiamos um contexto complexo e o cenário de uma escola pública são-bernardense o CEU Ricardo Ricci com sua equipe gestora formada por sete profissionais: uma diretora escolar, duas vice-diretoras e quatro coordenadoras pedagógicas. Alguns aspectos desse ambiente e das relações ali existentes foram observados à luz do pensamento de Michel Foucault. Tomamos também como referência outros autores/pensadores que se valeram dos escritos e ditos do referido filósofo como objeto de pesquisa. Nosso autor de base trabalha o poder em relação e problematiza, dentre outros aspectos, a forma como as instituições contribuem para a formação do sujeito. Nessa perspectiva, nos foi caro voltar a atenção para elementos da constituição da escola, da gestão escolar e do CEU Ricardo Ricci. Porque escolhemos um tema que nos inquietava, inclusive por sua abrangência, tocamos na discussão sobre a subjetividade construção do sujeito e identidades , procurando compreender como a equipe gestora se forma equipe, como atua e como sua prática pode repercutir na dinâmica escolar. Para o desenvolvimento deste trabalho utilizamos fontes oficiais documentos escritos que fazem referência ao funcionamento da rede de ensino , analisamos as legislações, consultamos trabalhos acadêmicos que colocaram o CEU em destaque. Atentamos também à documentação da escola, com foco no seu Projeto Político-Pedagógico. Fizemos, ainda, observações do contexto e ouvimos, em entrevistas, profissionais de diferentes segmentos que atuavam no CEU, bem como analisamos registros de reuniões. Por meio desses arquivos, identificamos concordâncias, resistências e contradições no tocante ao que se compreende como escola disciplinar, participação dos sujeitos, sua formação e construção de identidades. O exercício de poder foi identificado em várias instâncias e sob diferentes formas, inclusive nos interditos da administração municipal, da gestão escolar, mas também dos profissionais dessa escola denominada de possibilidades: o CEU Ricardo Ricci. A questão da hierarquia foi identificada, mas também a ruptura e a resistência a ela, que se dão no movimento cotidiano do CEU e nas ações de seus profissionais.