Análise do impacto do Sistema Cantareira sobre o regime de vazões na bacia do rio Piracicaba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Frederice, Aline
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18138/tde-19012015-110516/
Resumo: Neste trabalho, buscou-se caracterizar o regime natural de vazões dos principais rios da bacia do rio Piracicaba e identificar as alterações ocorridas nesse regime, principalmente em decorrência da implantação dos reservatórios do Sistema Cantareira. As análises foram feitas com base nas séries de vazões médias diárias de seis postos fluviométricos situados na bacia (prefixo DAEE: 3D-001, 3D-002, 3D- 006, 3D-009, 4D-001 e 4D-007). Foi utilizado o software IHA (Indicators of Hydrologic Alteration), o qual calcula 33 parâmetros hidrológicos relevantes ecologicamente, que caracterizam a magnitude, o tempo, a frequência, a duração e a taxa de flutuações das vazões, além de dividir a vazão ambiental em cinco componentes: vazões extremas baixas, vazões baixas, pulsos de vazão alta, pequenas cheias e grandes cheias. As séries foram divididas em dois períodos, pré e pós impacto, sendo considerado como ano do impacto o ano correspondente a data da ruptura da homogeneidade das séries de vazões, verificada por meio do teste não paramétrico de Pettitt. Foram determinados pelo software IHA, para o período pós impacto, os fatores de alteração hidrológica de cada um dos 33 parâmetros hidrológicos e as mudanças ocorridas nos componentes da vazão ambiental. Para os rios influenciados pelo Sistema Cantareira, foi constatado que no período pós impacto (a partir das décadas de 1970/80), no geral, houve uma diminuição nas vazões médias de aproximadamente 24% (posto 3D-006) no rio Atibaia, 50% (posto 3D-009) e 34% (posto 4D-001) no rio Jaguari, e 14% (posto 4D- 007) no rio Piracicaba, principalmente no período seco (abril a setembro). Verificou-se também uma redução no valor da mediana das vazões mínimas anuais de 7 dias consecutivos igual a 25% (posto 3D-006), 56% (posto 3D-009), 43% (posto 4D-001) e 15% (posto 4D-007) e aumento na duração e na frequência de ocorrência das vazões mais baixas. Foi também constatado, nesses postos, a diminuição na duração das vazões altas, bem como o aumento nas taxas de ascensão e recessão dessas vazões. As mudanças mais significativas ocorreram no rio Jaguari, seguido pelo rio Atibaia e foram menos significativas no rio Piracicaba, o qual se encontra mais distante dos reservatórios. Já para o rio Camanducaia (sem influência do Sistema Cantareira), após a década de 1970, não houve mudança no valor da mediana das vazões mínimas anuais de 7 dias consecutivos e constatou-se, no geral, um aumento nas vazões médias de aproximadamente 21% (posto 3D-001) e 14% (posto 3D-002), assim como o aumento na frequência de ocorrência das vazões máximas, porém, as mudanças não foram tão significativas como nos demais rios.