Avaliação pré e pós-operatória, através de ressonância magnética cardiovascular, de pacientes com insuficiência da valva mitral submetidos à plástica mitral pela técnica do duplo teflon

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Abdouni, Ahmad Ali
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5156/tde-16042019-082643/
Resumo: Introdução: A plástica valvar mitral é o tratamento de escolha no tratamento da insuficiência mitral de etiologia degenerativa. Estudos recentes têm demonstrado que a utilização de anéis protéticos na plástica mitral altera a dinâmica do anel mitral e do fluxo intraventricular, podendo levar a disfunção ventricular esquerda. Entretanto, a literatura é escassa em relação à morfologia e à dinâmica do anel mitral após a plástica mitral sem a utilização de anéis protéticos, e a ressonância magnética cardiovascular (RMC) é uma ferramenta que pode ser utilizada na avaliação do anel mitral e do remodelamento do átrio e do ventrículo esquerdo. Objetivo: Avaliar as alterações morfofuncionais, a dinâmica do anel mitral e o remodelamento do átrio e ventrículo esquerdo, por meio da RMC, em indivíduos portadores de insuficiência mitral de etiologia degenerativa, submetidos ao tratamento cirúrgico da valva mitral com a técnica do \"Duplo Teflon\". Métodos: No período de julho de 2014 a agosto de 2016, foram selecionados 36 pacientes consecutivos, com insuficiência mitral de etiologia degenerativa e prolapso da cúspide posterior. Três pacientes foram submetidos à troca valvar mitral e quatro não realizaram a RMC, de modo que 29 pacientes foram incluídos no protocolo e fizeram o seguimento proposto. Destes, 17 pacientes eram do sexo masculino (58,6%) e 12 do sexo feminino (41,4%), com idade média de 63,3 anos. Em relação à classe funcional (CF - NYHA), um paciente encontrava-se em CF I (3,4%), 5 pacientes em CF II (17,3%), 19 pacientes em CF III (65,5%) e 4 pacientes em CF IV (13,8%) no período pré-operatório. Os pacientes realizaram o exame de RMC no período pré-operatório, pós-operatório imediato (até 30 dias), 6 meses, um ano e dois anos após a cirurgia, utilizando um protocolo específico para avaliação da valva mitral. Foram obtidas as medidas da circunferência, dos diâmetros e da área do anel mitral em diferentes fases do ciclo cardíaco (diástole, sístole inicial, sístole média e sístole final). Foi analisado o remodelamento cardíaco, sendo utilizados como parâmetros as dimensões, volumes e fração de ejeção do átrio esquerdo e do ventrículo esquerdo, sendo os volumes indexados pela superfície corpórea. Utilizamos o teste de análise de variância de medidas repetidas para o estudo estatístico, sendo considerado estatisticamente significante P < 0,05. Resultados: Houve um óbito hospitalar (3,4%). Com dois anos de seguimento, houve significativa melhora da classe funcional (CF), com 18 pacientes em CF I (75%) e 6 em CF II (25%). Após dois anos, 18 pacientes apresentam insuficiência mitral discreta ou ausente (75%) e dois pacientes (8,3%) apresentam insuficiência mitral importante, um deles relacionado ao implante de marcapasso no pós-operatório tardio. Observamos uma redução significativa em todas as medidas da valva mitral. A média da circunferência sistólica do anel mitral foi reduzida de 13,28 ± 1,95 para 11,5 ± 1,59 cm e a circunferência diastólica foi reduzida de 12,51 ± 2,01 para 10,66 ± 2,09 cm no período pós-operatório imediato, medidas que se mantiveram estáveis após 2 anos (P < 0,001). A média da área máxima do anel mitral no pré-operatório, pós-operatório imediato, 6 meses, 1 ano e 2 anos foi 14,34 ± 4,03 cm, 10,72 ± 2,81 cm, 10,92 ± 3,03 cm, 10,98 ± 3,45 cm, 10,45 ± 3,17 cm, respectivamente. A média da área mínima do anel mitral no pré-operatório, pós-operatório imediato, 6 meses, 1 ano e 2 anos foi de 12,53 ± 3,68 cm2, 9,60 ± 2,44 cm2, 9,66 ± 2,9 cm2, 9,60 ± 3,73 cm2 , 9,23 ± 2,84 cm2, respectivamente. Houve uma redução significativa desses parâmetros no seguimento de dois anos (p < 0,001), e essa redução foi maior no diâmetro ântero-posterior do que no diâmetro médio-lateral. A contração ou variação da área valvar mitral durante o ciclo cardíaco foi de 23,31 ± 9,04%, 19,63 ± 7,01%, 23,75 ± 8,09%, 25,75 ± 11,27%, 22,66 ± 9,77% respectivamente no pré-operatório, pós-operatório imediato, 6 meses, 1 ano e 2 anos, sem diferença estatística (p = 0,572), o que significa que a contratilidade do anel foi preservada após a cirurgia. Observamos redução dos volumes ventriculares e atriais esquerdos no seguimento, sendo mais significativa a redução do índice do volume diastólico final do ventrículo esquerdo. Conclusão: Observamos uma redução significativa do anel mitral após a cirurgia, em todas as medidas obtidas, com estabilidade da plástica mitral em 2 anos de seguimento e preservação da contração dinâmica do anel neste período