Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Pedro Alexandre Sampaio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60140/tde-01072022-084441/
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Resumo: |
As disfunções da tireoide atingem aproximadamente 0,5 a 1% da população em geral, mas podem ser ainda mais frequentes em determinadas populações, como gestantes, idosos e indivíduos com comorbidades. Dentre as principais disfunções descritas, o hipotireoidismo destaca-se como a patologia de maior prevalência, e recentemente foi correlacionado a um perfil de suscetibilidade em infecções virais, bem como a alterações imunes e hematológicas importantes. Apesar do avanço científico nas últimas décadas para o entendimento da contribuição do sistema endócrino na modulação imune durante a infecção por Trypanosoma cruzi, a participação dos hormônios tireoidianos na doença de Chagas permanece incerta. Diante desse fato, no presente estudo, buscamos compreender quais as consequências da hipofunção tireoidiana na fase aguda da doença de Chagas experimental. Para isso, ratos Wistar Hannover foram submetidos ao tratamento com medicamento antitireoidiano (metimazol) por 21 dias. Após a confirmação do quadro de hipotireoidismo, os animais foram infectados por via intraperitoneal pelas formas tripomastigotas da cepa Y de T. cruzi e a parasitemia foi acompanhada no 7º e 9º dia de infecção. De modo interessante, descrevemos que a redução dos hormônios tireoidianos, promoveu um aumento da morte celular no timo dos animais infectados, com consequente desregulação na frequência de leucócitos circulantes, especialmente o aumento de neutrófilos e a diminuição de linfócitos. Um fato que fortalece a regulação positiva na porcentagem de células polimorfonucleares foi a elevada produção da quimiocina MIP-2α encontrada no soro de animais hipotireoideos infectados, quando comparados aos apenas hipotireoideos. Ao investigar a frequência de células imunes no baço, encontramos um papel regulador negativo do hipotireoidismo na porcentagem de linfócitos B e células dendríticas durante a fase aguda da doença de Chagas. Embora a infecção por T. cruzi promova uma maior expressão de MHC II em macrófagos, o hipotireoidismo afetou negativamente a disponibilidade dessa molécula de ativação celular. Em parâmetros hematológicos, os nossos resultados demonstram que a doença de Chagas e hipotireoidismo em sinergismo, promovem uma diminuição significativa nos valores de plaquetas e eritrócitos, em comparação aos animais saudáveis. Ao avaliar a produção de citocinas plasmáticas, relatamos que a infecção por T. cruzi favoreceu a produção de mediadores inflamatórias, como IL-18 e IFN-γ, de forma independente do hipotireoidismo. Entre os animais normotireoideos, a infecção promoveu maior produção de IL-17, porém, entre os hipotireoideos, valores similares desta citocina foram encontrados entre os animais infectados e não infectados, o que sugere interferência direta do hipotireoidismo na geração de IL-17 no curso da infecção chagásica. Em contrapartida, a hipofunção tireoidiana favoreceu a regulação de alguns parâmetros imunes investigados, como o aumento da expressão de CD11a em linfócitos T CD4, elevada produção de IL-10 em animais hipo infectados e maior frequência de células NK e NK T no baço dos animais. Assim, o conjunto dos dados aqui apresentados, contribuem de modo direto para o melhor entendimento sobre o impacto das disfunções tireoidianas na modulação imune em doenças parasitárias, com um importante enfoque nas consequências do hipotireoidismo nas fases iniciais da doença de Chagas experimental. |