Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Sabei, Leandro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-13082020-080545/
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Resumo: |
Os sistemas suinícolas atuais, aliados aos programas de melhoramento genético avançados, trouxeram inúmeros ganhos produtivos e sanitários para a indústria. O repertório comportamental natural da espécie, importante para manter o bem-estar dos animais, é raramente priorizado nos sistemas de produção comercial de suínos. Em consequência disso, comportamentos anormais, alterações fisiológicas e emocionais, e indicadores de bem-estar comprometido são frequentemente observados. Esses comportamentos são uma tentativa dos animais de adaptação ao meio onde estão inseridos, e os sistemas emocionais 'básicos' dos animais têm funções adaptativas e fundamentais para o indivíduo. O alojamento de machos reprodutores suínos desafia o bem-estar dos mesmos pela restrição de movimento, isolamento social e falta de enriquecimento ambiental. Estudos recentes em animais de laboratório indicam que situações de estresse nos machos podem alterar características no sêmen e alterar as características da prole. O objetivo da pesquisa foi estudar o efeito do sistema de alojamento de machos suínos sobre a emocionalidade da sua prole. Foram utilizados 18 machos alojados em três sistemas: cela (C:N=6), baia (B:N=6) e baia enriquecida com o fornecimento de feno, escovação, banho (E:N=6). Submetidos à colheita de sêmen semanalmente. Na quarta semana, três pools de sêmen, cada pool representando todos os três tratamentos, com dois machos de cada tratamento (C, B e E), selecionados de acordo com métodos objetivos de avaliação do sêmen, foram utilizados para inseminar 15 marrãs alojadas em grupo no sistema ao ar livre. Foram realizadas avalições comportamentais e fisiológicas a cada terço gestacional. Os leitões foram identificados no terceiro dia de idade e seus pesos registrados aos 10°, 25° e 29° dias de idade. No 25° dia, foram realizadas as avaliações emocionais dos leitões (medo e ansiedade) (N=138) através do comportamento gravado durante os testes de campo aberto, objeto novo e labirinto em cruz elevada. No 29° dia, os leitões foram desmamados (N=138) e reagrupados por peso em três baias com feno. Imagens corporais dos leitões (N=138) foram registradas no desmame e nos quatro dias subsequentes para contabilizar as lesões de pele. No 34° dia, eles foram submetidos à avaliação nociceptiva, estimulados duas vezes consecutivas do lado direito e esquerdo da região coxofemoral e quartela. Após, amostras de pelo foram colhidas para realização do teste de paternidade. Após o recebimento dos dados de paternidade, os leitões foram alocados nos tratamentos representando o alojamento dos pais (C, B e E). Os dados comportamentais das fêmeas foram avaliados com estatística descritiva. Na análise dos dados da prole utilizou-se a análise fatorial com o intuito de resumir em quatro fatores latentes a informação relativa à variabilidade e correlações entre as variáveis. Os escores fatoriais foram classificados como negativos, centrais e positivos, com base no primeiro e terceiro quartis. O teste de qui quadrado (alfa=0,05) foi usado para testar a homogeneidade da distribuição desses escores nos três tratamentos a que os machos foram submetidos. Uma análise de correspondência buscou associações entre as frequências de leitões nos tratamentos e categorias dos escores fatoriais. Os resultados da prole indicam a influência do ambiente herdado através dos machos; os leitões filhos de machos alojados com acesso ao enriquecimento tiveram menor número de lesões de pele (p=0,008). Leitões oriundos de machos alojados em celas apresentaram valores nociceptivos mais hipoalgésicos, em contrapartida, a prole de machos alojados nas baias sem enriquecimento foram menos hipoalgésicos (p=0,029). Compreender o mecanismo de ação de tais alterações requer futuras pesquisas associando os princípios da epigenética e sua interação na construção do comportamento animal. |