Caracterização farmacológica da microemulsão de fase lamelar contendo um doador de H2S mitocondrial na resolução de lesão térmica cutânea: Avaliação in vitro e in vivo.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Cerqueira, Anderson Romério Azevedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42136/tde-13122023-084251/
Resumo: O potencial terapêutico de moléculas doadoras de H2S, incluindo de liberação espontânea ou lenta, híbridas ou com liberação de H2S direcionado para mitocôndria vem sendo demonstrado para várias doenças, incluindo de cunho inflamatório. Nesse contexto, os efeitos e mecanismos do H2S subjacentes à resolução e cicatrização de feridas resultantes de lesão térmica, uma das principais causas de morte por traumas, ocupando a 4ª maior causa de trauma são limitados e controversos. Apesar da diversidade dessas moléculas, muitas ainda estão longe de ser satisfatórias, seja por eficácia reduzida ou insolubilidade destas em água. Apesar de nanomateriais apresentarem citotoxicidade e incompatibilidades com fármacos ou princípios ativos (PA), os sistemas de entrega nanoestruturados visam aprimorar e fornecer concentrações efetivas destes no sítio de ação. Este estudo busca desenvolver e avaliar um sistema nanoestruturado de entrega tópica para o doador mitocondrial de H2S, AP39, em modelo de lesão térmica na pele dorsal de camundongos magros e obesos e, também, em modelo de cicatrização in vitro (cultura de fibroblastos 2D; linhagem 3T3). Propõe-se também avaliar o papel biológico do H2S no microambiente da lesão cutânea. A lesão cutânea (queimadura de 2º grau) foi induzida pela aplicação tópica rápida (30 s) de uma placa esferoide (disco 5 mm) quente (80<font face = \"symbol\">&#176C) na pele dorsal depilada de camundongos fêmeas C57BL/6 (12 semanas) selvagens sob anestesia inalatória (isoflurano 5% em O2). Os camundongos foram alimentados com dieta padrão (DP) após o desmame e, na 12ª semana de vida, foram submetidos à eutanásia e parâmetros inflamatórios e moleculares foram avaliados na pele e fluidos destes. A molécula AP39 foi incorporada com sucesso em quatro dos sistemas de entrega (nanopartícula, nanoemulsão e beads) desenvolvidos. O teste de citotoxicidade do AP39 em linhagem celular 3T3 mostrou que as células estavam viáveis em concentrações inferiores a 2 <font face = \"symbol\">mM, enquanto a concentração de 0,2 <font face = \"symbol\">mM foi capaz de induzir a migração destas células. De posse do sistema nanoestruturado ideal contendo AP39 (gel de fase lamelar composto por fosfatidilcolina 98% (30%), monoleina (10%) e óleo de girassol (60%) foi possível observar que a aplicação tópica desta formulação na lesão cutânea induzida por placa quente (80<font face = \"symbol\">&#176C. 30 s), 24 h após, não exerceu efeito citoprotetor e tampouco anti-inflamatório, uma vez que a atividade da MPO e o perfil histopatológico na pele lesada não diferiu do grupo com lesão térmica não tratado; todavia, esse mesmo tratamento por um período de 8 dias reduziu a concentração de proteínas carboniladas, e estimulou a atividade das enzimas antioxidantes (catalase, glutationa peroxidase e glutationa s-transferase) paralelo ao aumento na expressão do Nrf2, mas não inibiu o infiltrado celular, medido pela atividade da MPO. Conclui-se que foi possível desenvolver um sistema de entrega compatível com o AP39; em modelo de cultura, a molécula promove a migração de fibroblastos; e o tratamento prolongado com o AP39 é capaz de aumentar a atividade antioxidante do tecido, promovendo melhoras no tratamento e redução da lesão.