Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Salem, Juliana Barreto |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-06022024-131445/
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Resumo: |
Introdução: Incontinência fecal (IF) grave é uma condição incapacitante e que, muitas vezes, leva a realização de colostomia definitiva (CD). Ambas as condições causam grande impacto socioeconômico e na qualidade de vida do indivíduo, no entanto, nenhuma técnica cirúrgica, mecanismo ou dispositivo desenvolvido até hoje foi capaz de reproduzir a complexa função humana de controlar a evacuação, sendo o segmento anorretal insubstituível. Assim, o transplante anorretal (TAR), transferência de segmento anorretal saudável de doador falecido para receptor com segmento lesionado ou já ausente, torna-se proposta lógica de tratamento para defeitos pélvicos associados à IF grave e CD. Resultados da pesquisa básica com ratos e, mais recentemente, com cães foram promissores, contudo, ainda há carência de estudos pré- clínicos em animais de maior porte com seguimento longo o suficiente para avaliar a viabilidade do enxerto e sua função. Objetivo: Padronizar e descrever modelo de autotransplante anorretal em suíno com seguimento pós-operatório (PO) de trinta dias, incluindo avaliação pré- operatória, técnica cirúrgica e evolução clínica ao longo desse período. Material e métodos: Dezoito (18) suínos domésticos híbridos das raças Large White e Landrace foram submetidos a auto TAR no nosso laboratório (LIM 37) sobre anestesia geral. Via acesso abdominoperineal e dissecção cuidadosa, os segmentos anorretais contendo pele, subcutâneo, esfíncter, feixes pudendos, reto intraperitoneal e vasos mesentéricos foram retirados e, após perfusão fria com solução heparinizada, foram reimplantados em suas posições originais por meio das anastomoses dos vasos mesentéricos com a aorta e veia cava inferior, anastomose colorretal e reaproximação dos feixes pudendos via perineal. Os animais com enxerto viável ao fim da cirurgia foram submetidos a cuidados e à avaliação clínica pós-operatória por um período de 30 dias. Foram analisados duração total do procedimento, tempos cirúrgicos parciais, tempos de isquemia, extensão do enxerto e do esfíncter, diâmetros vasculares, aspecto anal ao final da cirurgia e no pós-operatório, complicações, aspecto e volume das fezes, padrão evacuatório, sobrevida e causas de óbito. As pressões anais foram avaliadas no pré-operatório e ao fim do seguimento por meio da manometria anorretal. No 30º dia PO, os suínos sobreviventes foram submetidos à cirurgia para retirada do enxerto e análise histopatológica, e, em seguida, sacrificados. Resultados: Foram concluídos 16 auto TAR. Dois suínos foram sacrificados no pós-operatório imediato (POI) por isquemia anal evidente secundária à trombose arterial devido à falha técnica e 14 foram levados ao biotério para seguimento. Nas condições do presente experimento, a sobrevida do TAR em 30 dias foi de 25% (n=4), não ocorrendo complicações pós-operatórias graves em nenhum dos suínos sobreviventes no período, que ainda apresentaram recuperação progressiva da função evacuatória ao longo do seguimento. Conclusão: O modelo de auto TAR com seguimento em trinta dias em suínos aqui descrito é inédito e mostrou-se factível, possibilitando a avaliação da evolução clínica dos animais e da viabilidade do enxerto sem os efeitos da rejeição, permitindo, ainda, avaliação funcional nesse período |