Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Flavio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-15042021-183705/
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Resumo: |
Esta tese desenvolve a análise dos romances Soldados de Salamina (2001), de Javier Cercas e El corazón helado (2006), de Almudena Grandes, com o intuito de verificar como o romance espanhol do início do século XXI problematiza as formas como a sociedade espanhola contemporânea lida com as memórias dos vencidos pela Guerra Civil de 1936, que também sofreram com as práticas de manipulação e apagamento destas mesmas memórias por parte da ditadura franquista. Neste contexto, o romance sofre as injunções do mercado cultural e transita entre uma poética trágica e um modo poético romanesco. Trabalha-se com as noções de memória coletiva, memória histórica e memória social, assim como com o conceito de reconhecimento, pois parte-se do pressuposto de que a Transição à democracia não estabeleceu formas adequadas de recuperação destas memórias obliteradas e/ou manipuladas pelos agentes sociais e pelo próprio Estado. Com respeito à reconfiguração destes processos pela ficção, trabalha-se com as noções críticas propostas por Northrop Frye (1957), assim como os conceitos propostos por Winter e Sivan (1999) sobre os agentes da memória e as reflexões de Walter Benjamin e Jeanne-Marie Gagnebin a respeito do narrador e da problemática da narrativa em tempos de catástrofe e barbárie. Conclui-se que os romances, embora apresentem-se como estratégias de engajamento no debate social sobre a necessidade de recuperação das memórias dos vencidos, nem sempre configuram ficcionalmente as demandas propostas de forma satisfatória, quando aproximam-se da poética romanesca e simplificam a problemática relacionada aos processos de manipulação e/ou apagamento das memórias dos vencidos pela sociedade espanhola, ao representar ficcionalmente os trânsitos das memórias entre as esferas pública e privada. |