Lipidúria se correlaciona com proteinúria e albumina sérica, mas não com marcadores de lesão renal em pacientes com glomerulopatias proteinúricas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Lázaro Bruno Borges
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-10042023-090955/
Resumo: O termo lipidúria significa a presença de ésteres de colesterol na urina e é encontrada em pacientes com síndrome nefrótica, apesar de não ser essencial para este diagnóstico. Lipidúria é identificada pela presença de partículas lipídicas na urina e são identificadas pelo seu aspecto de cruz de Malta sob microscopia com luz polarizada. Entretanto, a lipidúria raramente é avaliada e tampouco tem sua importância estabelecida. Este estudo tem como objetivo investigar a relevância da lipidúria em pacientes com síndrome nefrótica e sua possível participação na formação da fibrose intersticial. Métodos: A lipidúria foi avaliada em amostras de urina de pacientes adultos com proteína nefrótica e não nefrótica submetidos à biópsia renal. A medida da gordura urinária foi feita através da contagem de partículas lipídicas em câmara de Neubauer em microscópio sob luz polarizada, e também pela dosagem de gordura total urinária (GTU) calculada pelo índice concentração de GTU/concentração urinária de creatinina. Estas dosagens foram comparadas com proteinúria de 24 h, albumina sérica, filtração glomerular, fibrose intersticial (FI) e com a expressão de sinaptopodina glomerular e de cubulina tubular (imuno-histoquímica). Dados estão expressos como média e desvio padrão ou mediana e variação. A comparação numérica entre os grupos com proteinúria nefrótica e não nefrótica foi feita com o Mann-Whitney U-test. O teste de correlação de Spearman foi utilizado para a correlação entre a contagem de partículas lipídicas ou da GTU com as demais variáveis quantitativas. Foi considerado p< 0,05 como nível de significância estatística Resultados: A contagem de partículas lipídicas foi de 3500/mL (1763; 21550/mL) nos pacientes com síndrome nefrótica (n=13) e de 400/mL (250; 850/mL) naqueles com proteinúria não nefrótica (n=11; p<0.005). Não houve diferença estatisticamente significante entre estes grupos para a GTU e tampouco houve correlação estatisticamente significante entre estas duas variáveis. A contagem de partículas lipídicas mostrou correlação estatisticamente significante com a proteinúria (r: 0,5202; p<0,01) e com a albumina sérica (r: - 0,4554; p<0,05), mas não com a filtração glomerular, FI e com a expressão de sinaptopodina e de cubulina. A dosagem de GTU não mostrou correlação significante com qualquer variável estudada. Conclusão: A lipidúria pode ser medida pela contagem das partículas lipídicas urinárias pela sua associação com a proteinúria e a albuminemia, mas não pela dosagem da gordura total urinária. Além disso, a ausência de correlação da contagem das partículas lipídicas urinárias com a filtração glomerular, a fibrose intersticial e expressa o tubular de cubulina não confirma a hipótese da sua participação na patogênese da doença renal progressiva nas glomerulopatias proteinúricas. Todavia, este resultado pode ser consequência da amostra insuficiente de pacientes, da heterogeneidade das glomerulopatias e também pela não avaliação dos diversos componentes dos ésteres de colesterol que compõem as partículas lipídicas.