Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Rubiano, Mariana de Mattos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-09092016-123757/
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Resumo: |
Esta tese tem como principal objetivo discutir o livro Sobre a Revolução de Hannah Arendt. Levando em conta que este livro foi menos discutido pelos comentadores do que Origens do Totalitarismo, Condição Humana e Eichmann em Jerusalém, nossa pesquisa busca contribuir com a literatura sobre o pensamento arendtiano. Além disso, também visamos a contribuir com os debates de filosofia política ao tratar dos conceitos centrais apresentados em Sobre a Revolução tais como liberdade, ação, poder, fundação, resistência, soberania, dominação, governo, representação, entre outros. Mostraremos que as concepções de revolução e política no pensamento de Arendt são formuladas em contraposição à tradição e às teorias mais influentes de seu tempo: o marxismo e o liberalismo. Para ela, as categorias tradicionais não são capazes de explicar as novidades que as revoluções trouxeram. O marxismo favorece o debate sobre as questões sociais em detrimento das questões políticas e não leva em conta a Revolução Norte-Americana. Já o liberalismo trata principalmente das atividades privadas e do bemestar individual e, com isso, desvaloriza a atividade pública e as experiências revolucionárias. Nesse sentido, Sobre a Revolução nasceu de um esforço de valorizar os aspectos políticos da revolução e criticar as teorias hegemônicas da década de 1960. Pensamos que o viés crítico deste livro não perdeu sua força: Arendt, diferentemente da historiografia e do pensamento político que surgiram a partir da década de 1980, não afirma que a experiência revolucionária francesa foi um completo fracasso nem considera que a principal novidade da Revolução Norte-Americana foi estabelecer um governo representativo liberal. Ela discute tanto os grandes feitos e ideias quanto os equívocos das Revoluções no Novo e no Velho Mundo. Levando isso em conta, esta tese discutirá os conceitos políticos de Arendt, apresentará seu debate com o pensamento político e indicará sua crítica ao mundo contemporâneo. Nossa hipótese consiste em que Sobre a Revolução pode ser interpretado como uma narrativa da história dos conceitos. Buscaremos sustentar que neste livro a história conceitual indica a distinção entre as concepções antigas, tradicionais e revolucionárias; revela o pathos de novidade das revoluções; permite formular as narrativas das Revoluções Norte-Americana e Francesa por meio das concepções dos revolucionários; trata da distorção de significado de alguns conceitos produzida pelas teorias no século XX e recupera as concepções e experiências esquecidas, que são capazes de auxiliar na compreensão do presente. |