Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Galhardo, Alessandra Pucci Mantelli |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23150/tde-18062011-102133/
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Resumo: |
O aumento da expectativa de vida tem despertado o interesse de pesquisas, com o intuito de proporcionar um envelhecimento saudável e de qualidade. Segundo dados do último censo realizado pelo IBGE em 2010, a população brasileira é composta por 97.342.162 mulheres, das quais se estima que cerca de 30 milhões estejam entre os 40 e 65 anos de idade, período que inclui o climatério. Portanto, condições clínicas como a osteoporose se tornam relevantes, tanto sob o ponto de vista de política de saúde pública, quanto em relação ao aspecto social, por comprometer a qualidade de vida. As mulheres também sofrem mais por disfunção temporomandibular (DTM) do que os homens, sendo que o início desse quadro se dá a partir da puberdade, com picos durante o período reprodutivo e remissão após a menopausa. O envolvimento dos hormônios sexuais femininos na osteoporose já está bem definido, porém sua participação na DTM ainda é motivo de controvérsias. Assim, esse trabalho se propôs a investigar o papel da massa óssea sistêmica de mulheres climatéricas como fator de risco para DTM articular, bem como o comportamento da dor por DTM nos períodos da transição para menopausa (entre 48 e 55 anos), pós-menopausa (de 56 a 65 anos) e senescência (de 65 a 70 anos). Para tanto, 100 mulheres atendidas pelo Setor de Climatério da Divisão de Ginecologia do HC FMUSP foram avaliadas clinicamente pelo Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/TMD), visando obter os diagnósticos e suas associações, bem como quantificar o grau de sensibilidade dolorosa por DTM, por meio do Índice Craniomandibular (ICM), ambos aplicados por uma única examinadora. As densitometrias ósseas forneceram os dados sobre a massa óssea do colo do fêmur e da coluna lombar (L1-L4). O desempenho do RDC/TMD como teste diagnóstico também foi alvo de análise, considerando a ressonância magnética de 3,0 Tesla como padrão de referência, ao submeter 30 mulheres, das 100 avaliadas, a esse exame de imagem. Após análise dos resultados, constatou-se que o risco oferecido pela osteopenia foi de 1,33 (IC95% 1,20 1,46), com aumento nesse risco de 0,33, enquanto a osteoporose demonstrou risco de 1,39 (IC95% 1,23 1,55), aumentado em 0,39. Houve predominância de diagnósticos articulares (68,0%), enquanto 18,0% foi de diagnósticos musculares e 14,0% correspondeu à ausência de condições clinicamente diagnosticáveis, segundo o RDC/TMD. O desempenho do RDC/TMD para diagnosticar a DTM articular revelou acurácia de 68,0%, sensibilidade de 83,0%, especificidade de 53,0%, probabilidade pré-teste de 52,0%, valor preditivo positivo de 60,0% e negativo de 74,0%, razão de verossimilhança positiva de 1,77 e negativa de 0,32. Quanto à sensibilidade dolorosa por DTM, constatou-se que, com o avançar da idade houve clara tendência à sua diminuição (A=-4,5; p=0,0324). Concluiuse, então, que a diminuição dos hormônios sexuais femininos, peculiar ao envelhecimento, aumenta o risco à DTM articular, embora a dor por essa disfunção diminua com a idade. O RDC/TMD pode ser empregado para rastreamento de grandes populações, mas sua indicação na prática clínica deve ser feita com cautela. |