Avaliação de mudanças em estado nutricional e composição corporal no desenvolvimento de diabetes mellitus após o transplante renal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Barretto, Laura Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-12072019-083020/
Resumo: A sobrevida dos pacientes após o transplante renal tem aumentado gradualmente devido à melhoria em técnicas cirúrgicas e ao conhecimento das drogas imunossupressoras. É bem conhecido na literatura que esses pacientes ganham significante quantidade de peso durante o primeiro ano pós-transplante, o que contribui para o desenvolvimento de diabetes mellitus após o transplante (DMPT), doenças cardiovasculares (DCV) e outras comorbidades, que levam a desfechos menos favoráveis para o enxerto renal nesses indivíduos. O presente estudo teve por objetivo avaliar de forma prospectiva mudanças no perfil do estado nutricional e composição corporal em pacientes que se tornaram diabéticos após 1 ano do transplante renal. Caracterizou-se por um estudo de coorte observacional prospectivo, realizado no Hospital das Clínicas da FMRP-USP com pacientes recém-transplantados em três momentos: primeira consulta após a alta hospitalar (T0), quando completou 6 meses após o transplante (T1) e quando completou 1 ano do transplante (T2). Foram avaliados dados de composição corporal (por bioimpedância multifrequencial por Espectroscopia - BIS), antropometria, ingestão alimentar (recordatório de 24 horas), exames bioquímicos e dados clínicos de rotina (prontuários dos pacientes). Quarenta e dois pacientes foram incluídos no estudo e classificados em três grupos de acordo com desenvolvimento ou não de diabetes, assim como já ser diabético prévio ao estudo: pacientes que desenvolveram DMPT (8); pacientes que já eram diabéticos prévio ao transplante (10) e pacientes que não desenvolveram diabetes (21). Os pacientes de todos os grupos apresentaram ganho de peso, aumento do índice de massa corporal (IMC), aumento da circunferência abdominal (CA), aumento da gordura corporal (inclusive visceral) e aumento da obesidade um ano após o transplante. Os pacientes do grupo DMPT já iniciaram o estudo com esses parâmetros maiores que os pacientes SEM DM, e mantiveram essa diferença durante todas as avaliações; além disso, apresentaram um aumentonesses índices até a segunda avaliação (T1), estando dentro do tempo médio de desenvolvimento de DMPT (4,12 ± 3,59 meses) nesse estudo. Maiores concentrações de tacrolimo (FK) foi identificado nos pacientes do grupo DMPT na primeira avaliação em comparação aos outros grupos. Pode-se concluir que ocorrem mudanças na composição corporal após um ano do transplante renal, devido à restauração das funções básicas do rim e da qualidade de vida desses pacientes. Todavia, instauram-se novas anormalidades metabólicas, decorrentes do uso da terapia imunossupressora e dos novos hábitos alimentares, os quais podem estar relacionados ao maior risco de desenvolvimento de DMPT, eventos cardiovasculares, evidenciados com frequência nesta população