Incidência de infecções relacionadas à assistência à saúde e perfil de sensibilidade de Klebsiella pneumoniae e Acinetobacter baumannii no período pré-pandêmico e durante a pandemia de COVID-19 em unidade de terapia intensiva adulto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Messias, Yasmin Saab
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17165/tde-16102023-121226/
Resumo: A resistência antimicrobiana constitui uma problemática dos serviços de saúde, principalmente no cenário das Unidades de Terapia Intensiva (UTI), onde, além dos pacientes apresentarem maior grau de invasão em termos de cuidado médico, tais como acessos venosos centrais, tubos endotraqueais e sondas nasoentéricas, também dependem do manejo direto pela equipe para atividades básicas de vida como, por exemplo, banho e dieta assistida. Toda manipulação do paciente com a finalidade diagnóstica e terapêutica, pode implicar em maior risco de adquirir Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) durante o período de internação. As medidas preventivas são norteadas pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) que analisa a incidência e a prevalência destas infecções por topografia, além de realizar levantamento dos micro-organismos multidroga resistentes (MDR) dentro destas unidades de assistência. Com o cenário da pandemia pela COVID-19, houve a extensão dos leitos de terapia intensiva, agravamento das IRAS, e um aumento considerável da ocorrência de micro-organismos multidroga resistentes (MDR), especialmente as bactérias gram-negativas, tais como Klebsiella pneumoniae e Acinetobacter baumannii. O objetivo deste estudo é avaliar o impacto da pandemia pela COVID-19 na incidência das IRAS e a mudança do perfil de resistência antimicrobiano de duas bactérias de importância epidemiológica (Klebsiella pneumoniae e Acinetobacter baumannii ) em uma UTI geral que, posteriormente foi destinada à pacientes com COVID-19. Este é um estudo tipo coorte, retrospectivo, que será desenvolvido em uma Unidade de Terapia Intensiva Adulto do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP-USP), Unidade Campus.Para avaliação proposta, o estudo foi divido em período Pré-pandêmico (01 de Setembro de 2018 à 28 de Fevereiro de 2020) e período Pandêmico (01 de Março de 2020 à 31 de Agosto de 2021), com inclusão dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva. Para estudo da prevalência de Klebsiella pneumoniae e Acinetobacter baumannii, e seus respectivos perfis de resistência antimicrobiana, foram utilizadas culturas coletadas a partir dos pacientes internados. Paralelamente, para avaliação da Densidade de Incidência das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde, foram extraídos dados das planilhas da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), referentes a cada período. A análise estatística foi composta por análise comparativa entre variáveis qualitativas e quantitativas, através dos testes de Qui-quadrado de independência e teste U de Mann-Whitney, respectivamente. Entre as infecções, viu-se aumento na Densidade de Incidência apenas da Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (0.0 para 5.69 pneumonias/1.000 ventilações-dia). Em relação as bactérias de interesse, houve aumento da prevalência, tanto de Klebsiella pneumoniae (8.2% para 21.9% culturas positivas/total de pacientes), quanto para Acinetobacter baumannii (7.5% para 21.7% culturas positivas/total de pacientes), em conjunto com mudança no perfil de resistência também ambas bactérias. A partir dos resultados, pode-se inferir que houve maior impacto da pandemia pela COVID-19 na prevalência e perfil de resistência antimicrobiano de ambas bactérias estudadas, especialmente Klebsiella pneumoniae. Já para as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde, pode-se afirmar que houve impacto, pela COVID-19, em sua incidência, mesmo que apenas para um sítio de infecção.