Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, João Diogo Filippini |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-01092021-071909/
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Resumo: |
A literatura aponta que o uso de álcool e outras drogas entre universitários é uma questão de grande relevância pelo fato de que ocorre um consumo mais intenso nessa fase da vida. Esse consumo em maior escala está associado a comportamentos de risco e consequências negativas. Faz-se necessário a formulação de estratégias de redução de danos para que esses comportamentos e consequências possam diminuir de intensidade e frequência, reduzindo os prejuízos decorrentes do consumo. No contexto universitário existem poucos estudos que examinam comportamentos de redução de danos, tornando necessário um melhor exame desses. O objetivo deste estudo é compreender percepções de estudantes universitários que fazem uso de álcool e outras drogas sobre seu consumo e quais suas estratégias de redução de danos para se proteger de possíveis prejuízos decorrentes de seu uso, e, mais especificamente, compreender como o modo de vida universitário pode tornar o jovem mais vulnerável em seu consumo de substâncias e conhecer o processo de construção das estratégias de redução de danos desenvolvidas pelos estudantes. Para tal, foram realizadas entrevistas com quarenta e quatro estudantes no formato de grupos focais. Os participantes foram convidados a partir do método \"snowball\", e após receberem o convite do pesquisador lhes foi pedido que estendessem o convite a conhecidos que poderiam contribuir com a pesquisa, tornando os grupos um ambiente mais próximo de sua rede social. Ocorreram oito grupos, variando entre quatro e oito participantes, sendo um total de dezenove mulheres e vinte e cinco homens. Todos preencheram o AUDIT auto-aplicável e obtiveram escores entre 7 e 26, com uma média de 13,5, indicando um padrão médio de uso de risco, mantendo esse padrão quando responderam ao ASSIST, principalmente para ácool, tabaco e maconha. Dentre as consequências negativas que mais frequentemente citadas pelos participantes estão a maior probabilidade de sofrerem danos físicos e sociais, e perda de memória, além de prejuízos financeiros e acadêmicos. Ao levantar essas consequências, descrevem que o que as torna negativas geralmente se relaciona com a perda de autocontrole ao usar a substância, e entendem que as situações de risco também giram em torno de não ter o controle do que pode acontecer, principalmente em festas \"open bar\". A partir dessa percepção, ressaltam um sentimento de vulnerabilidade em seu consumo. Quanto às suas estratégias de redução de danos para lidar com as questões descritas acima estão: beber água enquanto consome drogas, se alimentar antes de fazer o consumo, fazer esse consumo acompanhado de pessoas de confiança, não dirigir quando for realizar consumo exagerado, e buscar conversar com amigos e usar de sua rede de apoio social para proteção nesse sentido. Também deve ser ressaltada a diferença do nível de preocupação com o autocuidado entre estudantes dependendo de sua idade e ano no curso, sendo os alunos mais novos os que menos se preocupam em reduzir seus danos. Conforme se desenvolvem no curso, usam de suas experiências com o consumo e de seu aprendizado com os amigos da rede de apoio para desenvolver e manter estratégias de redução de danos. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em abril e 2018. |