Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Silva, Jefferson Manoel do Nascimento |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17133/tde-12072022-152004/
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Resumo: |
O transtorno do pânico (TP) é uma patologia crônica e incapacitante, caracterizada pela recorrência de ataques de pânico inesperados, cuja fisiopatologia ainda não está totalmente elucidada. Estudos mostram que a vivência de adversidades durante a infância é um dos fatores de grande relevância para o desencadeamento de transtornos psiquiátricos, como o TP. Recentemente foi proposto um modelo de estresse neonatal em roedores que consiste em simular uma condição de pobreza, limitando o material disponível para que as lactantes cuidem adequadamente da prole. Essa experiência, denominada de \"ninho limitado\" (do inglês, limited bedding and nesting - LBN), promove mudanças significativas no comportamento dos filhotes avaliados quando na vida adulta. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo investigar os efeitos comportamentais e neurobiológicos causados pelo protocolo do LBN em roedores. Para isso, ratos e camundongos foram submetidos ao referido protocolo de estresse neonatal e, na vida adulta, foram expostos a testes comportamentais que empregam desafios respiratórios como estímulos panicogênicos, a hipóxia para ratos e a hipercapnia para camundongos. Nestes testes avaliou-se a resposta de fuga dos animais, um comportamento relacionado ao pânico. Nossos resultados mostram que os ratos, machos e fêmeas, que passaram pelo LBN, não apresentaram alteração no comportamento de fuga quando submetidos ao teste de hipóxia (7% de O2). Para fins comparativos, também foi utilizado em ratos o estresse de restrição, um protocolo frequentemente empregado para se investigar o impacto do estresse sobre comportamentos emocionais de roedores. A utilização desse estressor em animais adultos não afetou o comportamento durante a exposição à hipóxia. No último experimento realizado, observamos que camundongos machos, que passaram pelo procedimento do LBN, apresentaram um aumento na resposta de fuga quando expostos à altas concentrações (20%) de CO2, efeito esse não observado nas fêmeas. Na análise imunoistoquimica dos encéfalos destes camundongos machos foi observado alteração na expressão da proteína c-Fos (marcador indireto de ativação neuronal) em regiões relacionadas ao pânico, a substância cinzenta periaquedutal e o núcleo dorsal da rafe. Nessas mesmas regiões encefálicas também não foram encontrados neurônios duplamente marcados para a protéina c-Fos e a triptofano hidroxilase (marcador de neurônios serotoninérgicos). Em suma, nossos resultados mostram que o LBN promove um aumento da resposta de fuga dos camundongos expostos à hipercapnia, porém não em ratos submetidos à hipóxia. |