Alterações metabólicas e de distúrbios de crescimento em crianças nascidas com muito baixo peso e prematuros pequenos para idade gestacional aos 36 meses de idade gestacional corrigida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Athayde, Débora Alencar de Menezes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-26042022-150712/
Resumo: INTRODUÇÃO: Os avanços da medicina têm permitido a sobrevivência de recém-nascidos (RN) com idade gestacional (IG) e peso de nascimento cada vez menores. Entretanto, essas crianças podem apresentar dificuldade de ganho de peso e de estatura bem como alterações precoces em parâmetros metabólicos. OBJETIVOS: Avaliar as características clínicas e metabólicas de recémnascidos prematuros de muito baixo peso (RNPTMBP), aos primeiros trinta e seis meses de vida, comparando os grupos Adequado para Idade Gestacional (AIG) e Pequeno para Idade Gestacional (PIG). MÉTODOS: Estudo retrospectivo, de coorte, com levantamento de dados através de revisão de prontuários dos RNPTMBP, internados no centro de terapia intensiva neonatal, no período de 2008 a 2014, que receberam alta e foram acompanhados no ambulatório de seguimento de RN de risco no Instituto da Criança do HCFMUSP. Foram analisados os dados antropométricos ao nascimento, na alta hospitalar e aos 36 meses de idade gestacional corrigida para a prematuridade (ICP). Os escores-Z de peso, comprimento/estatura aos 36 meses foram calculados usando a referência da OMS/2006-2007. Foram dosados exames laboratoriais (colesterol total e frações, glicemia) com aproximadamente 36 meses (30-52 meses) de ICP. RESULTADOS: A amostra abrangeu 185 pacientes, sendo 94 (50,8%) PIG e 91 (49,2%) AIG. Dos 185 pacientes, 99 (53,5%) crianças eram do sexo feminino. A idade gestacional média foi de 30,6 (±2,6) semanas sendo significativamente menor no grupo AIG (p<0,0001). Os pacientes ficaram em média 63,1±30,2 dias internados. Ao nascimento, o peso médio foi de 1,096 (±0,252) e o comprimento foi 35,9cm (±2,9). Os Z-escores para o peso e para o comprimento foram menores no grupo PIG. (p<0,0001). Durante a internação hospitalar, houve uma perda de peso em ambos os grupos, com mudança de zescore de -1,7(+- 0,9) para o grupo AIG e de - 1,39 (+-0,9) para o grupo PIG. Ambos os grupos (AIG e PIG) apresentaram essa redução significativa do Zescore do peso e comprimento entre o nascimento e a alta, seguida de aumento entre a alta e o seguimento de 36 meses. Dentre os PIG, 70,2% (n=66) fizeram catchup para peso e 71,2% (n=67) fizeram o catchup para comprimento, ficando acima do z-escore -2 aos 36 meses de ICP. Os valores dos exames do perfil lipídico (colesterol total e frações), assim como a concentrações de glicemia foram semelhantes entre os grupos, aos 36 meses de ICP, sem diferenças estatísticas. Os recém-nascidos que evoluíram com RCEU (restrição de crescimento extrauterino definido como <z-escore -2 na alta hospitalar) tiveram mais hipertensão intracraniana (p=0,04) e retinopatia da prematuridade (p=0,007). Não houve diferença estatística entre os grupos com e sem RCEU em relação aos exames laboratoriais após 36 meses de acompanhamento. CONCLUSÃO: Em nosso estudo, observamos um pior z-escore de peso e de crescimento das crianças que nasceram PIG nos primeiros 3 anos de vida, mesmo que 70% delas tenha realizado o catchup. Além disso, não houve alterações significativas no perfil lipídico e da glicemia entre os grupos PIG x AIG, com ou sem RCEU aos 36 meses de ICP